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Livni recusa proposta de Netanyahu para formar governo de coalizão
Da AFP
27/02/2009 | 10:20
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Os últimos esforços de Benjamin Netanyahu, futuro primeiro-ministro israelense, para formar com o partido Kadima um governo de coalizão foram por água abaixo nesta sexta-feira, com a recusa definitiva da chanceler Tzipi Livni.

Netanyahu, encarregado pelo presidente, Shimon Peres, de formar governo até, no máximo, 3 de abril, declarou ter falhado em sua tentativa de convencer Livni a trazer o Kadima para sua coalizão, que conta apenas com o apoio da extrema-direita israelense.

"Fiz tudo o que era possível para conseguir unidade (...), mas, para meu grande desgosto, me vi diante de uma negativa categórica de Livni", indicou Netanyahu, líder do partido Likud.

Livni, por sua vez, disse que as negociações com o futuro primeiro-ministro "foram concluídas sem acordo sobre questões essenciais, e (por isso) não podemos fazer parte do governo de Netanyahu".

"Seremos uma oposição responsável", afirmou a chanceler em Tel Aviv, após a segunda reunião com 'Bibi' desde as eleições do dia 10 de fevereiro.

Ela argumenta que Netanyahu, que já foi primeiro-ministro, bloquearia qualquer chance de um acordo de paz com os palestinos. "Dois Estados para dois povos não é um slogan vazio", afirmou, referindo-se ao conceito, apoiado pelos Estados Unidos, da criação de um Estado palestino viável que conviva em paz com Israel, questão central das negociações de paz no Oriente Médio.

"É o único jeito de Israel continuar judeu e combater o terrorismo", continuou Livni, que teve um papel fundamental nas negociações de paz relançadas por Washington em novembro de 2007 após sete anos de silêncio sobre o tema.

George Mitchell, enviado especial da administração do presidente americano, Barack Obama, ouviu em Israel do próprio Netanyahu, em uma reunião a portas fechadas na última quinta-feira, que o futuro governo israelense tem a intenção de fazer avançar as negociações de paz com os palestinos e respeitar os compromissos assumidos pelos governos anteriores.

Livni queria que Netanyahu se comprometesse com o princípio dos dois Estados, mas o jornal Maariv indicou que o líder do Likud tem plena consciência de que, "se fizer uma declaração como essa neste momento, seus aliados naturais da direita vão resmungar entre os dentes algo sobre traição e deixá-lo".

Quando assumiu como o mais jovem primeiro-ministro que Israel já teve, em 1996, Benjamin Netanyahu viu seu governo ruir apenas três anos depois, justamente quando os partidos da extrema-direita abandonaram a coalizão reclamando das negociações com os palestinos, levadas a cabo na época graças às pressões dos Estados Unidos.

Dessa vez, ele tentou formar uma coalizão acima de tudo ampla, para garantir sua estabilidade e a credibilidade junto à comunidade internacional, mas a recusa de Tzipi Livni o deixará com uma base formada apenas por partidos ultraconservadores, como o Israel Beitenu e o Shaas.

"Antes e depois das eleições, eu prometi agir em prol de um governo de unidade, e estava disposto a fazer concessões importantes", declarou Netanyahu após a reunião com a líder do Kadima, a quem disse ter oferecido os ministérios das Relações Exteriores, da Defesa e das Finanças.

Gideon Saar, que coordena a equipe de negociadores do Likud para a formação do governo, estimou que Livni "estava bombardeando a unidade por motivos pessoais".




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