Cultura & Lazer Titulo Três Irmãs
Vilania sedutora
Mariana Trigo
Da TV Press
25/02/2009 | 07:08
Compartilhar notícia


Os excessos funcionam em Três Irmãs. Papéis que mais parecem ter saído de histórias infantis, vilões maniqueístas, personagens históricos e todos sem qualquer verossimilhança. Essa tem sido a receita de Antônio Calmon na trama das sete da Globo, que também apela para o clima praiano e as sucessivas imagens de ondas, corpos sarados e muito surfe para seduzir o público adolescente do horário. No entanto, mesmo com uma edição cada vez mais veloz de Dennis Carvalho, que também é mestre na direção dos atores, a trama não tem deixado a Globo satisfeita com seus pífios 22 pontos de média no Ibope.

A despeito da audiência despencando, a divertida e over Violeta, de Vera Holtz é um dos extremos que mais têm funcionado na história. Não bastasse ter iniciado a trama inspirada na tirânica personagem Cruela Cruel do longa infantil 101 Dálmatas, agora a vilã está quase travestida de Evita Péron. As referências aparecem no penteado e em insinuações tão divertidas que chegam a ser bem aceitas diante de uma história que não dá para levar muito a sério.

A intenção parece mesmo apenas divertir. Basta prestar um pouco de atenção também na afetação dos gays estereotipados Adamastor e o cabeleireiro Nélson, de Carlos Loffler e Aloísio de Abreu, ou mesmo os vilões maquiavélicos Vidigal e Chuchu, de Luiz Gustavo e Otávio Augusto.

No sentido oposto do clima de Sessão da Tarde tão evidente a cada bloco de capítulos, a emoção também tem dado um bom tempero em personagens mais críveis, como é o caso de Virgínia, da convincente Ana Rosa. Até nas cenas mais simples, a atriz consegue emocionar com técnicas sutis de atuação e expressões certeiras.

Regina Duarte, que vive a espalhafatosa Waldete, também tem acertado no tom da personagem. A veterana começou a trama numa espécie de releitura de sua lendária Viúva Porcina, mas agora dá cores mais diferenciadas para a personagem que tem se sobressaído.

O lado mais sombrio do elenco, enquanto não se desdobra em palhaçadas de humor negro, se destaca novamente pelo excesso - proposital - de ações maquiavélicas. Com cores fortes para mostrar sua vilania, o perverso Xande, de Dudu Azevedo, é um acerto na carreira do ator, que começou a história ainda tateando as características do personagem.

Mas para dar um tom de leveza nos malvados da fictícia Caramirim, o núcleo da Praia Azul traz o respiro necessário a uma novela do horário das sete, faixa em que o autor precisa se equilibrar em criatividade para conseguir segurar a atenção de um público quase sempre disperso. Mesmo assim, não parece ter conseguido, embora já existam rumores de que a trama pode ser esticada até o início de maio.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;