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Reunião expõe fragilidade do governo Aidan Ravin

Prefeito de Santo André tinha a intenção de contar com 15 dos 21 vereadores, mas apenas 10 compareceram

Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
20/02/2009 | 07:00
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A atual fragilidade política do governo Aidan Ravin (PTB-Santo André) na Câmara foi totalmente exposta ontem, na primeira reunião oficial entre Executivo e Legislativo neste mandato.

O prefeito tinha a intenção de contar com 15 dos 21 vereadores (somente os seis do PT não foram convidados) para um encontro no Paço, à noite, após a sessão. No entanto, apenas 10 deles compareceram à reunião. Deste total, dois parlamentares - um do PV e outro do PDT - sequer integram o grupo situacionista.

A grande surpresa, porém, ficou por conta do posicionamento dos dois parlamentares do PSB e dos três do DEM. Eles se recusaram a conversar com a administração, evidenciando a já complicada situação do chefe do Executivo na Casa.

A atitude de socialistas e democratas demonstrou que hoje Aidan não tem maioria na Casa nem mesmo para aprovar projetos considerados simples, isentos de polêmicas. Na teoria, a administração conta atualmente com apenas oito aliados na Câmara: dois vereadores do PTB, três do PSDB, dois do PMDB e um do PSL.

"Tiramos um posicionamento político-partidário de independência. Embora estejamos conversando com a administração ao longo dos dois últimos meses, a conversa está difícil. Diria até inviável, no que que diz respeito a integrarmos a base aliada do governo", afirmou o vereador Almir Cicote, líder do PSB.

O DEM preferiu não expor os motivos pelos quais decidiu não ouvir o que o prefeito tinha a dizer. Porém, o partido, que inicialmente se comportou como sustentação ao governo, começa aos poucos mostrar sua face oposicionista.

Os democratas, capitaneados pelo presidente municipal da sigla, Raimundo Salles, vêm reclamando sistematicamente nos últimos dias em função de uma suposta quebra de promessa feita por Aidan à legenda durante a campanha. Reclamam também do fato de o prefeito não dar o devido valor à bancada, segundo maior da Casa ao lado da do PSDB.

Único partido declaradamente de oposição, o PT afirmou que participaria da reunião se fosse chamado. "Estamos sempre dispostos a conversar e a apresentar nosso ponto de vista para contribuir", disse o vereador Tiago Nogueira, presidente do PT.

PAUTA - Especula-se que a reunião de ontem à noite foi marcada emergencialmente em função dos últimos acontecimentos políticos. Aidan estaria preocupado com as dificuldades encontradas para montar o time de apoiadores.

"Foi um encontro positivo. Uma tentativa de aproximação do prefeito, por meio da qual explicou alguns problemas neste início de gestão", avaliou Donizeti Pereira (PV).




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