Economia Titulo Contra as empresas
Dilma Roussef anuncia corte de benefícios para quem demitir
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
19/02/2009 | 07:00
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O Governo Federal declarou guerra às empresas que vêm reestruturando seus gastos com corte de pessoal. Em palestra no Seminário da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), da Força Sindical, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, anunciou que não haverá mais ajuda financeira nem benefícios fiscais a setores que não se comprometerem a manter os postos de trabalho.

Para Dilma, a crise trouxe uma reação diferente por parte da indústria. Se antes esperavam a retração do consumo para demitir mão-de-obra e estagnar a produção, dessa vez se anteciparam. "Com o pressuposto de que haveria queda na demanda, logo diminuíram a oferta, cortando vagas."

Segundo a ministra, o governo propôs compensar os vencimentos na indústria. "Falamos: vocês podem criar até três turnos que o governo honrará os pagamentos. Não queremos que haja redução do emprego a ponto de transformar o Brasil naquilo que ele não é."

Dentro dessa realidade, a manifestação da Força Sindical foi fundamental, segundo a ministra, para que uma postura mais agressiva fosse adotada pelo Governo Federal. "Depois dessa conversa com o Paulinho (da Força) em Brasília, decidimos que não haverá mais investimentos do BNDES para empresas que não nos derem a garantia de que não demitirão", anunciou Dilma, que, no entanto, sugere que novas negociações poderão ocorrer. "O governo jamais entrou na conversa do ‘vamos cortar'."

O empenho do Governo Federal gira em torno da manutenção e criação de postos de trabalho. Para isso, os investimentos da Petrobrás, que aplicará R$ 174 bilhões na construção de refinarias e plataformas até 2013, e a ampliação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), deverão impedir que o PIB (Produto Interno Bruto), cresça para baixo, "como o rabo de um cavalo", exemplificou a ministra.

Dilma também aproveitou para anunciar, ainda que sem detalhes, um novo projeto habitacional que, promete, deverá criar oportunidades para a construção de um milhão de casas para famílias com renda de até 10 salários mínimos. "O objetivo é estabilizar o emprego. Usaremos o investimento público para criar um colchão de investimentos que impeça que a economia caia abaixo".

REELEIÇÃO - Aclamada pela dirigente da Força Sindical, Elza Pereira, como potencial candidata à Presidência da República, Dilma preferiu não se manifestar sobre o assunto e afirmou que a campanha tucana em torno do início precoce de sua campanha eleitoral é estratégia para tirar o foco do sucesso do governo no combate à crise.

"É uma reação clássica de quem não tem projeto, não tem o que apresentar. Eu acho absolutamente incorreta essa versão de que nos estamos fazendo campanha. Nós estamos governando". Para ela, o volume de obras do governo provoca a oposição. "É uma tentativa de nos interditar. É estranho que essa tentativa sempre ocorra quando há políticas do governo beneficiando o Brasil."




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