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Renault convoca funcionários afastados
Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
18/02/2009 | 07:00
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O reaquecimento do mercado automotivo, que registrou alta na produção e vendas no último mês, fez a Renault, de São José dos Pinhais, em Curitiba, reconvocar cerca de 500 funcionários que estavam com o contrato de trabalho suspenso por cinco meses. Esses trabalhadores estão afastados desde cinco de janeiro e retornariam somente em cinco de junho. A direção da montadora, que tem 4.700 funcionários, disse que a convocação servirá para que a produção seja readequada de acordo com a demanda atual.

Cláudio Gramm, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, afirma que o que puxou o mercado foram as vendas dos carros básicos.

De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), foram vendidos 109.258 automóveis e comerciais leves na primeira metade do mês, alta de 15,56% na comparação com o mesmo período de janeiro deste ano (94.547) e de 7,43% sobre o mesmo intervalo em 2008 (101.699).

Gramm conta que a previsão é de que os trabalhadores da Renault voltem a entre os dias cinco e 20 de março o que aumentaria a capacidade de produção dos atuais 380 para até 540 carros por dia. "Quanto aos outros 500 funcionários que ainda estão afastados, a expectativa é de que eles voltem ao trabalho ainda neste primeiro semestre", explica.

O dirigente lembra que, em dezembro de 2008, o sindicato fechou acordo com a Renault que previa a suspensão do contrato de trabalho de 1.000 funcionários, conforme o artigo 476 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). "Tínhamos a expectativa de que houvesse a convocação antes do prazo vencer", conta. E afirma ainda, que estes trabalhadores terão estabilidade de emprego de 16 meses.

Pelo acordo, os trabalhadores continuariam recebendo seus salários normalmente, sendo uma parte paga pela empresa e outra com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Os funcionários fariam também cursos de qualificação profissional, com carga horária de 140h, custeado pela empresa. O acordo foi aprovado em assembléia pelos trabalhadores no dia cinco de janeiro.

CLIMA DE CONFIANÇA - O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, comemora a reconvocação da Renault. "Essa decisão é um sinal de que a empresa está olhando para frente e vislumbrando um futuro", comemora. Nobre lembrou que sempre apontou o primeiro trimestre como um termômetro para a crise. "Muitos empresários se anteciparam e demitiram, por exemplo, sem apostar numa recuperação rápida. Agora muitos estão dando conta de que o mercado pode voltar a crescer", completa. Ele disse também também que o diferencial do mercado interno brasileiro é que, se há crédito, as pessoas compram.

Cícero Firmino da Silva, o Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, também olha com bons a decisão da montadora. "Estamos percebendo que a confiança está voltando aos poucos", comenta o dirigente.

Para ele, a notícia da reconvocação pode trazer otimismo para a cadeia. "Com isso, muitos empresários podem vislumbrar uma retomada da produção", afirma.




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