Política Titulo Mauá
Revisão de contratos fica na promessa
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
18/02/2009 | 07:00
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Um mês após anunciar em coletiva a intenção de realizar auditoria nas contas da gestão do ex-prefeito Leonel Damo (PV), a Prefeitura de Mauá, chefiada pelo petista Oswaldo Dias, não deu andamento ao processo de contratação de empresa para fazer a varredura nos contratos.

Segundo o secretário de Governo, José Luiz Cassimiro, em visita à Câmara ontem, a Prefeitura não elaborou edital para contratação da empresa e discute o processo internamente. "Estamos fazendo uma discussão interna sobre esse assunto. Essa semana devemos nos anunciar novidades."

Sobre a possível contratação da Fundação Getulio Vargas para gerir a auditoria, Cassimiro negou que a solução poderia ser adotada.

Na semana passada, o secretário afirmou que essa seria uma das possibilidades a serem discutidas, após a volta do prefeito Oswaldo Dias do encontro em Brasília com o presidente Lula, para ganhar tempo no processo e começar a varredura sem a necessidade da abertura de licitação. "Isso foi apenas um comentário, nem chegou a ser discutido. Existem grandes consultorias que poderiam fazer o trabalho e a Getulio Vargas desponta como um grande nome. Mas não existiu nenhuma movimentação para isso. Citei o nome dela apenas por ser uma das maiores e porque conheci de perto seu trabalho", explicou.

Cassimiro disse que a demora para o começo do processo não deve prejudicar o andamento de ações na Prefeitura, já que, ao contrário do que ocorreu em Santo André, não houve congelamento dos contratos. "A auditoria vai comprovar as irregularidades e esclarecer os gastos da gestão passada. Não devemos ter problemas com o tempo. Não congelamos nenhum contrato."

Segundo Cassimiro e o vereador Cincinato Freire (PSDC) a Prefeitura tem agido com cautela sobre o assunto para que a decisão da auditoria não seja encarada como perseguição política.

"Sabemos dos problemas encontrados na Prefeitura, mas não podemos agir com destempero para que pareça que isso é apenas por conta do ex-prefeito. Vamos agir com calma sobre isso", esclareceu Cincinato. A auditoria deve pontuar onde foram gastos os mais de R$ 23 milhões desviados das contas vinculadas da Prefeitura no fim do ano passado.

AVALIAÇÃO - Cassimiro defendeu que o caos encontrado na administração deve ser superado pelo governo petista, mas reconheceu que a cidade foi entregue com mais dívidas do que na primeira gestão de Oswaldo. "Ainda estamos reorganizando a Prefeitura. Pegamos a cidade com uma dívida (contas a pagar e INSS) de mais de R$ 190 milhões, com o poder público sucateado. Uma situação ainda pior do que em 1997", disse.

Segundo o secretário, o executivo ainda não fez as renegociações das dívidas com os fornecedores. "Oswaldo tinha de retomar a cidade e interromper o desmonte do município. Ele foi até Brasília negociar verbas com o governo federal. Estamos na Prefeitura há pouco tempo. Estamos fazendo o levantamento dos dados, não temos nada pontual. Mas a herança de dívidas dificulta muito nosso trabalho. Ainda não sentamos com nenhum fornecedor para fazer a renegociação, mas isso deve ser feito em breve."




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