A operação para receber dois reféns da guerrilha colombiana Farc prosseguirá em marcha "o mais rápido possível" mas não será realizada nesta segunda-feira como o previsto, informou o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Ives Heller.
"Está difícil de encontrar uma saída, mas faremos todo o possível para que isso aconteça logo. Mantemos nossas comunicações com a Comissão (civil), com o governo, e os contactos indiretos com as Farc; faremos todo o possível", disse Heller.
Segundo ele, não foram definidos o dia nem a hora da partida dos helicópteros do exército brasileiro que participam da ação.
"Mais uma vez o CICV faz um apelo à prudência", destacou.
A declaração do porta-voz do CICV acontece depois do anúncio do governo Alvaro Uribe, nesta segunda-feira, de manter a mediação da senadora da oposição, Piedad Córdoba, principal intermediária da libertação dos reféns das Farc, que teve sua autoridade sobre o assunto questionada domingo.
A libertação dos políticos Alan Jara e Sigifredo López, reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) prevista para hoje e quarta-feira, havia ficado em suspenso pela decisão de Uribe de proibir a mediação de uma comissão civil, chefiada por Córdoba.
"O Presidente da República aceitou o pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para que a senadora Piedad Córdoba acompanhe esta esta entidade na libertação dos sequestrados", assinala o comunicado oficial, divulgado nesta segunda-feira.
"O governo o faz por solidariedade com as famílias e os sequestrados. Expressa sua preocupação pela exaltação do terrorismo que se deu no dia de ontem, ao mesmo tempo em que as Farc explodiam um carro-bomba na cidade de Cali, deixando mortos e feridos",a firma a nota.
Anteriormente, Uribe desautorizou a participação do grupo civil "Colombianos pela Paz" nas operações de entrega de reféns da guerrilha das Farc e determinou que apenas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) poderia receber sequestrados a serem libertados.
"O governo não pode permitir que o terrorismo continue fazendo festas com a dor dos sequestrados e suas famílias", assinalou Uribe em um pronunciamento na casa de Nariño, sede presidencial, onde recebeu durante a madrugada desta segunda os quatro militares libertados no domingo pelas Farc.
"Em consequência, se autoriza exclusivamente o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e seu apoio logístico concedido pela República do Brasil para continuar com esta operação, o que é suficiente para um ato humanitário", enfatizou o presidente.
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