Política Titulo Financeiro
Clóvis Volpi aponta dívidas inexistentes

Ex-prefeito diz que relatório do Paço possui pendências de antes de seu governo

Cynthia Tavares
do Diário do Grande ABC
15/03/2013 | 07:59
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O ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi (PV) afirmou que o relatório financeiro da Prefeitura aponta dívidas que não foram feitas durante seu governo. O verde listou ao menos três pendências que, segundo ele, não lhe pertencem.

O Diário revelou ontem que o ex-comandante do Paço admite somente R$ 22 milhões em restos a pagar, metade do que foi divulgado pelo atual prefeito Saulo Benevides (PMDB) - R$ 41,4 milhões.

A primeira dívida apontada por Volpi foi com a OSSPUB, entidade que gerenciou o sistema municipal de Saúde entre julho de 2011 e março de 2012. A organização aparece na lista de credores com uma pendência de R$ 2 milhões. "A OSSPUB queria que eu pagasse o tributo da nota de médico. Isso é um problema entre a entidade e o profissional. Mandei para a Justiça resolver", disse o verde.

O ex-chefe do Paço questionou também o débito de R$ 404.625 proveniente de rescisões contratuais de funcionários. Volpi alegou que não demitiu servidores comissionados no fim do mandato e acusou Saulo de realizar os processos. "Ele (prefeito) que mandou embora os comissionados do meu governo. Para não pagar a indenização (naquela época), só demiti os secretários."

O verde destacou que teve problemas para conseguir pagar a segunda parcela do salário de dezembro de pessoas que ganhavam mais de R$ 5.000 mensais - o subsídio deveria ter sido depositado no dia 30 e Saulo efetuou o pagamento na segunda semana de janeiro. "A área da Saúde estava inclusa nisso, não os enfermeiros, mas os funcionários de uma área acima", completou o ex-prefeito.

Volpi negou que tenha deixado de depositar - entre julho e dezembro - parcelas referentes ao acordo judicial com o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). A dívida de R$ 16,1 milhões vinha se arrastando desde 2000 amparada por liminar, cassada em 2011. O débito foi parcelado em 60 vezes.

O levantamento do Paço apontou dívida com a instituição no valor de R$ 1 milhão. "Isso que está colocado no relatório não existe. Se eu deixasse de pagar as parcelas do Pasep seria cancelado o acordo", defendeu.

O verde admitiu que existe chance de ser enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal por não ter deixado dinheiro suficiente em caixa para quitar as dívidas. "O prefeito governa com medo ou com ousadia. Quem governar com medo, não governa. Quem for ousado vai ter problemas lá na frente. Eu fui ousado. Sei que vou ter consequências."




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