A ala oposicionista de São Bernardo reclamou ontem na Câmara sobre a possibilidade de blindagem da bancada do PT ao vereador Hiroyuki Minami (PSDB). A prova utilizada se deu com o fato de o requerimento do vereador Pery Cartola (PPS) não alcançar a assinatura dos petistas. A proposta pedia informações detalhadas sobre a reforma do Legislativo, idealizada pelo tucano.

Na semana passada, o requerimento teve assinaturas do grupo petista, apesar da votação do texto ter sido adiada. Ontem, ele conseguiu apenas 12 das 15 rubricas para o requerimento ser votado pela Casa.

"Isso está cheirando blindagem do Executivo", alegou Pery, condicionando que a mudança de postura dos petistas pode ter sido motivada pela visita de Minami e dos correligionários Juarez Tudo Azul e o deputado estadual Orlando Morando ao prefeito Luiz Marinho (PT) na segunda-feira. Na ocasião, Morando anunciou a liberação de uma emenda parlamentar de R$ 300 mil para São Bernardo.

Pery disse que tentará a aprovação do requerimento na semana que vem e promete levar o caso ao MP (Ministério Público) se não conseguir levar o requerimento adiante. Entre outros questionamentos, o vereador questiona o andamento da construção do novo prédio do Legislativo, que teve início em outubro de 2011, orçada inicialmente em R$ 28,4 milhões e prevista para ficar pronta em novembro de 2012, o que não ocorreu. Agora, a previsão é que a obra seja concluída em 30 de março ao custo final de R$ 35 milhões.

Minami contestou a necessidade do requerimento. "A informação (sobre a obra) está disponível na Câmara. O vereador pode ir lá e pedir todas as informações", alegou o tucano. Ele também negou qualquer mudança na postura dos petistas após o encontro com Marinho. "A visita tratou apenas da emenda e mais nada."

O líder da bancada petista, Paulo Dias, seguiu a mesma linha, rechaçando a blindagem a Minami. "Não há nenhum pedido (do governo) nesse sentido."

SEM PAINEL DE VOTAÇÃO

A primeira sessão no novo plenário da Câmara após a direção da Casa obter o alvará de funcionamento, emitido pela Prefeitura, não teve cerimônia de inauguração - apenas o hino nacional foi tocado.

Durante os trabalhos, os vereadores não utilizaram o novo painel de votação, que custou R$ 318,2 mil. O equipamento foi instalado e testado, mas não ligado em razão dos últimos retoques no plenário. Segundo o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), o painel estará em condições de uso até o fim de semana.

Desse modo, os parlamentares aprovaram em votação nominal o projeto de lei do Executivo, que regulamenta os procedimentos para a Prefeitura retomar unidades habitacionais construídas pela administração comercializadas irregularmente.