Política Titulo Transporte
Prefeitos contestam
proposta de Padilha

Gestores municipais consideram Bilhete Único Metropolitano inviável por falta de verba e eleitoreiro

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
26/09/2014 | 07:19
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Paulo Pinto/ Analítica


Proposta do candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, o Bilhete Único Metropolitano, que visa garantir integração e descontos de 25% em transferências de linhas de transporte público ao custo de R$ 800 milhões anuais, não é consenso entre prefeitos da região metropolitana de São Paulo. Gestores municipais ouvidos pelo Diário avaliam que o custo é inviável e classificam a promessa como “eleitoreira”.

Chefe do Executivo de Diadema, Lauro Michels (PV) questionou a viabilidade financeira. “Me fala a mágica? De onde vai tirar o dinheiro? As prefeituras estão quebradas. É uma proposta eleitoreira de quem não tem conhecimento do Estado de São Paulo.”

Em Diadema, a integração tarifária entre as linhas de ônibus municipais e o trólebus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) custa R$ 1 por viagem e é subsidiado pelo Palácio dos Bandeirantes e Paço. A parceria foi ameaçada no início de 2013 por conta do impacto financeiro, mas renovada após consenso.

Prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli (PSD) contestou o número sugerido por Padilha. “Se a cidade de São Paulo subsidia quase R$ 2 bilhões no transporte coletivo, como faria integração em todo o Estado ao custo de R$ 800 milhões? Essa conta está errada. Há três anos tentamos integração de ônibus urbanos com os modais do Estado e não conseguimos exatamente pela falta de recursos”, afirmou.

Administrador de Arujá, Abel José Larini (PR) afirmou não ter condição de contribuir financeiramente com o Bilhete Único Metropolitano. “Se fosse para a prefeitura colocar mais verba seria meramente impossível. De forma nenhuma poderia concordar.”

Segundo Padilha, a proposta seria implementada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba, Sorocaba e nas cidades de Jundiaí e São José do Rio Preto. O mecanismo seria aplicado inicialmente na região metropolitana de São Paulo e prevê integração entre todos os modais de transporte coletivo, inclusive barcos utilizados no Litoral. O petista pretende usar verba do Orçamento do Estado e fechar parcerias com as prefeituras.
“Antes de mais nada vamos acabar com a corrupção. Assim vamos liberar mais recursos para garantir o Bilhete Único Metropolitano”, argumentou o candidato.

Para convencer os 39 prefeitos da região metropolitana de São Paulo, Padilha quer utilizar o modelo de discussão regional aplicado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. “Pode ser um ponto de apoio para a implementação, não só dessa política, mas extensão do Metrô e modernização da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).”

Em Guaianases, petista fala em virada

Estagnado nas pesquisas de intenções de voto na corrida para o governo de São Paulo, o candidato do PT, Alexandre Padilha, entoou coro de virada na reta final da corrida eleitoral. O petista fez caminhada na região central de Guaianases, na Zona Leste da Capital, onde conversou com comerciantes e pediu que a militância fosse às ruas para garantir que o PT vá ao segundo turno.

Padilha estava acompanhado apenas por lideranças locais do PT, diferentemente do início da campanha, quando o petista pedia votos acompanhado por vereadores da legenda – chegou a cumprir agenda ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e do prefeito Fernando Haddad (PT). “Faltam apenas dez dias para a eleição. Vamos estar em todas as regiões que foram abandonadas pelo atual governador”, discursou Padilha, ao citar a “importância da Zona Leste” no fim da disputa.

Última pesquisa, divulgada na terça-feira pelo Ibope, mostrou que o pupilo de Lula não conseguiu progredir na disputa pela sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O petista segue na terceira colocação, com os mesmos 8% que havia registrado semanas antes. O tucano continua na dianteira, com 49%, seguido pelo candidato do PMDB, Paulo Skaf (PMDB), que tem 17%.




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