Mesmo antes de tomar posse, o prefeito eleito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), já sinalizou que puxará o freio de mão na execução de promessas feitas durante campanha. A justificativa é de que a cidade está um "caos" e que precisa ser "reconstruída". O anúncio foi feito quinta-feira na Câmara, após a cerimônia de diplomação.

Os projetos que deverão ser adiados não foram citados pelo petista, que fez questão de responsabilizar o prefeito Leonel Damo (PV), pela falta de recursos para investimento na cidade. Oswaldo afirmou que assumirá a Prefeitura com um rombo nos cofres municipais de aproximadamente R$ 150 milhões de restos a pagar, referentes a contratos com empresas e fornecedores que vencem este ano e não foram pagos e dívida com INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Durante a eleição, no entanto, o petista afirmou em várias ocasiões que as dívidas públicas não o impediriam de realizar as ações prometidas.

"Quando fizemos campanha, partimos do princípio de que o caixa da Prefeitura seria entregue pelo menos zerada, mas o déficit será de, no mínimo, R$ 150 milhões. É difícil pensar em ter uma realização razoável", disse o petista. "O mesmo grupo que detonou a cidade antes de eu assumir em 1997, voltou agora para detonar, porque está deixando um déficit enorme e uma cidade mal administrada que teremos que reconstruir". Entre 1993 e 1996, Damo foi vice-prefeito durante a gestão de José Carlos Grecco. Oswaldo comandou a cidade nos oito anos seguintes.

O petista disse apostar em parcerias com os governos federal e estadual. "Já fizemos relações com os ministérios de Habitação, das Cidades, do Turismo e com a subchefia do gabinete da Presidência da República. Acreditamos na compreensão dos governos federal e estadual, reconhecendo essa incapacidade da cidade de realização de obras com recursos próprios."

Também foram diplomados o vice-prefeito Paulo Eugênio Pereira Júnior (PT) e os 17 vereadores eleitos.