O presidente dos EUA confirmou o apoio americano ao presidente afegão e destacou que 'a luta será longa'
Depois de uma viagem de despedida ao Iraque, o presidente George W. Bush desembarcou no Afeganistão na madrugada desta segunda-feira para uma visita surpresa na qual confirmou o apoio americano ao presidente Hamid Karzai e destacou que "a luta será longa".
"Quero estar no Afeganistão para dizer 'obrigado' ao presidente Karzai, para fazer o povo afegão saber que os Estados Unidos estão por trás deles e que assim permanecerão", declarou Bush a bordo do avião presidencial.
"O povo afegão e eu mesmo estamos orgulhosos e nos sentimos honrados", declarou Karzai ao receber, em Cabul, Bush, antes de afirmar que tentava levar o presidente americano ao país há muito tempo.
Bush chegou ao Afeganistão procedente do Iraque, onde fez uma visita de despedida às autoridades iraquianas, cinco semanas antes de deixar a Casa Branca, onde será sucedido pelo democrata Barack Obama.
"Estas nações devem saber que os Estados Unidos estiveram, estão e estarão a seu lado", declarou Bush, antes de ressaltar que "o nível de dificuldade no Afeganistão é elevado. O país é muito maior e mais pobre que o Iraque. No entanto, esta missão é essencial".
Bush disse ainda que Washington e Islamabad trabalham de forma coordenada para acabar com os ataques no Afeganistão executados a partir do Paquistão.
Ele disse que o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, se declarou "determinado" a ajudar, tanto em um encontro público como em particular.
Afeganistão - Em Bagdá, o presidente americano afirmou no domingo que a guerra no Iraque ainda não terminou, mas a vitória está próxima.
Bush assinou de maneira simbólica o acordo de segurança entre os dois países com o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki.
O presidente americano voltou a justificar a invasão americana, em março de 2003, que derrubou o ditador Saddam Hussein, mas também provocou o caos no país.
"A tarefa não foi fácil, mas era necessária para a segurança americana, a esperança dos iraquianos e a paz no mundo", declarou Bush depois de uma reunião com seu colega iraquiano, Jalal Talabani.
Ataque - A visita ao Iraque foi marcada pelo fato de um jornalista iraquiano ter jogado os sapatos contra Bush no momento em que ele apertava as mãos de Al-Maliki.
Quando os dois governantes se encontravam no gabinete privado do premiê Nuri al-Maliki, um jornalista iraquiano que estava sentado na terceira fila se levantou e gritou "É o beijo de despedida, seu cachorro", antes de jogar os sapatos na direção de Bush.
O presidente americano conseguiu desviar a tempo e não foi atingido.
O jornalista iraquiano Mountazer al-Zaïdi, do canal sunita e antiamericano Al-Bagdadia, cuja base de transmissão é no Cairo, foi retirado à força pelos agentes do serviço de segurança do Iraque e dos EUA, aos gritos de "você (Bush) é responsável pela morte de milhares de iraquianos".
Mostrar a sola dos sapatos é considerado um dos piores insultos na cultura árabe. Em abril de 2003, depois que a estátua de Saddam Hussein foi derrubada, em Bagdá, várias pessoas bateram no rosto do monumento com seus sapatos.
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