Embora tenham sido consideradas positivas, as medidas anunciadas na quinta-feira pelo governo não devem trazer de volta instantaneamente os bons tempos da economia nacional.

"Não podemos deixar de aplaudir as decisões do governo, mas ainda não são suficientes", ressalta Shotoku Yamamoto, da Ciesp (Confederação da Indústria do Estado de São Paulo) de Santo André. "Pequenos e médios empresários ficaram sem crédito quando a fonte de crédito externo das gigantes secou e elas começaram a buscar capital nos bancos nacionais", afirma o diretor.

Yamamoto destaca que é fundamental ampliar as possibilidades de financiamento à pessoa física e jurídica. Ele cita a escassez de recursos para financiar a compra de veículos como exemplo.

"Antes tínhamos financiamentos de 100% do valor do carro, em prazos dilatados. Hoje eles pedem 50% de entrada e encurtaram o prazo. O valor das parcelas não cabem mais no bolso do consumidor." Para o diretor do Ciesp esse era o momento de investimentos pesados do governo em infra-estrutura, de forma a gerar empregos e aumentar a renda do trabalhador.

Para Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, as medidas tomadas são positivas, apesar de suaves. "O governo parece disposto a ir ajustando suas decisões conforme o agravamento da situação", elogia.

A única ressalva fica por conta da meta estabelecida para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2009. Embora boa parte dos especialistas fale em valores pouco acima dos 3% de crescimento, o governo cravou os 4,3% como objetivo. "Eu acredito em algo em torno dos 3% e esse resultado já é muito bom. É muito difícil que consigamos alcançar a meta. Seria ótimo, mas é quase impossível."