Política Titulo São Bernardo
Grupo de Dib se articula na Câmara para 'engessar' Marinho
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
05/12/2008 | 08:56
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O prefeito eleito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), vai iniciar o mandato atado à cartilha do atual chefe do Executivo, William Dib (PSB). Nesta sexta-feira, em sessão extraordinária, a Câmara deve votar o orçamento de 2009 (estimado em R$ 2,3 bilhões) totalmente reformulado pela bancada de sustentação.

A primeira dificuldade que o petista terá de administrar será o remanejamento enxuto de 5% - Dib sempre trabalhou com a margem de 30% -, além das mais de 100 emendas que a situação pretende apresentar, apesar de ter participado da confecção da peça.

Embora o líder governista, Ary de Oliveira (PSB), negue a intenção de "prejudicar o governo de Marinho", a articulação conduzida pelo prefeito evidencia o cenário montado para atar as mãos do petista. "Cada governo estabelece suas prioridades. Como nosso candidato a prefeito (Orlando Morando, do PSDB) não venceu, apresentamos tudo o que eles pediram nos últimos anos (no geral, obras de infra-estrutura). Assim, ele poderá realizar o que solicitaram."

A bancada do PT, porém, está longe de concordar com as determinações do time de Dib e, com os papéis trocados, defende os 30% de suplementação. "Nossa justificativa é que vai começar um novo governo, com outra filosofia, e que não conhece a realidade financeira da cidade. Não cabe à Câmara atrapalhar, mas fiscalizar e denunciar eventuais problemas", argumenta o líder oposicionista José Ferreira.

Na avaliação do petista, a sustentação do prefeito está "brincando de fazer política". "É um comportamento imaturo. Nunca permitiram emendas e sempre autorizam o maior percentual de remanejamento. Isso parte do Dib, um prefeito de brincadeira", acusa o parlamentar, ao assegurar que a base apresentará cerca de 70 emendas à peça orçamentária.

Sem qualquer peso na consciência por derrubar as sugestões protocoladas pelo PT e aprovar os últimos orçamentos sem alterações, Oliveira ironiza a mudança de postura do grupo. "Não tem inversão de valores. Durante 12 anos solicitaram as mesmas coisas, agora vamos aprovar."




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