Após adiamento da pauta no início da semana, a Câmara de São Bernardo aprovou ontem o reajuste de 5,1% no valor da tarifa da água. O repasse nas contas será inserido a partir do dia 1º de dezembro.

O projeto de lei do Executivo alterou o termo de transferência do DAE (Departamento de Água e Esgoto) para a Sabesp - os serviços de distribuição e tratamento de água eram feitos pelo município e passaram a ser de responsabilidade do órgão estadual. Com a mudança, a equiparação das taxas cobradas em São Bernardo com o valor aplicado nas demais cidades da Região Metropolitana passou de seis para oito anos. O aumento previsto para este ano era de 19,72%.

Foi um ganho para a população do município, que mantém a menor cobrança em relação às demais cidades", destaca o líder do governo Ary de Oliveira (PSB). Na Grande São Paulo, os preços atuais são de R$ 13,06 para consumo mensal de 10 m³ de água e de R$ 36,43 para 20 m³. Em São Bernardo, 10 m³ custam R$ 10,09 e 20 m³, R$ 23,99.

Apesar de o aumento na tarifa não atingir a totalidade que deveria, a bancada de oposição criticou a aprovação da propositura. O vereador José Ferreira (PT) argumenta que deveria haver mais discussões sobre o reajuste, já que a Sabesp não presta serviços de qualidade no município. "Os reparos demoram a ser concluídos e os investimentos estão abaixo do esperado", pontua o parlamentar.

O petista ressalta que na futura gestão do prefeito eleito Luiz Marinho (PT) a Prefeitura irá "sentar e resolver o problema" com a Sabesp. "O contrato vigente foi feito entre amigos: o prefeito (William Dib-PSB) e o governador (à época Geraldo Alckmin-PSDB). Mas deveria ser entre administradores públicos."

O governista Ary de Oliveira ressalta, porém, que os investimentos da companhia de saneamento do Estado estão sendo realizados em São Bernardo. Observa, inclusive, que o projeto de lei aprovado ontem prevê aumento de verbas para melhoria do sistema de água da cidade: passará de R$ R$ 380,99 milhões para R$ 508,59 milhões, montante que deve ser aplicado até 2033.