O técnico Sérgio Soares e os jogadores do Santo André reconhecem que não resta outra saída contra o Fortaleza, às 16h20 de hoje, no Bruno Daniel, em nome da esperança de quem se aproxima da elite do futebol nacional: atacar. Haverá transmissão pela Rádio ABC (1.570 AM).

Faltam cinco rodadas para o encerramento da Série B do Brasileiro.

Atualmente, o Santo André (quarto) soma 55 pontos, a exemplo do Vila Nova-GO terceiro), que tem uma vitória na frente de um dos representantes paulistas. Apesar da obrigação de assumir um estilo bem ofensivo, Sérgio Soares lançou um alerta nas palestras da semana.

Segundo ele, é preciso ficar ligado no sufoco de um adversário que pode se superar na tentativa de explorar uma das últimas chances de fugir do rebaixamento.

Os visitantes (36 pontos) estão no bloco dos quatro principais ameaçados. Na opinião de Sérgio Soares, é indispensável que o Santo André administre as possíveis dificuldades diante de um rival que deverá sair para matar ou morrer.

"As circunstâncias nos recomendam a inteligência na hora de avançar, recuar, coordenar a troca de passes ou preencher os espaços. Sei que eles virão para cima desde o início" prevê.

Marcelinho Carioca repete o discurso do comandante. O meia sugere uma postura ousada. No entanto, também espera desafios redobrados. "Queremos ditar o ritmo o tempo todo, mas vamos respeitá-los", alerta o Pé-de-Anjo.

Sem o ala Jaílson, suspenso, Sérgio Soares pretende escalar Arthur ou Betão na esquerda. Na direita, Alexandre ou Cicinho. Marcel, igualmente punido no tribunal, pode ceder a vaga para Cesinha. "Estou pronto para encarar", avisa o garoto. Douglas volta à zaga.

Enquanto isso, o diretor Sérgio do Prado admite que foram vendidos antecipadamente de 5.000 a 6.000 ingressos da carga total.

Willians vira ‘símbolo de garra'

Willians nem sempre aparece no atual esquema do Santo André na Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, o versátil segundo volante dispara como um dos principais expedientes no modelo utilizado pelo técnico Sérgio Soares. O ágil garoto não tem a experiência do capitão Fernando nem o glamour de Marcelinho Carioca. Nem seria preciso.

Afinal, Willians, um dos bons coadjuvantes no meio-campo, se impõe como poucos na hora de correr como se fosse uma espécie de assistente direto do capitão Fernando. Isso no momento de topar o combate ou de sair à frente para exercer a ligação.

De repente, é como se o garoto se transformasse num terceiro ou quarto atacante, a exemplo de Marcelinho Carioca e Jeferson, que já se acostumaram a multiplicar diferentes funções. "Procuro correr bastante. Às vezes, ataco, defendo, cubro aqui ou ali. É do jeito que o professor me pede", revela Willians, todo humilde, ao justificar tanta persistência no sistema da equipe.

Uma das mais recentes façanhas de Willians aconteceu nos 2 a 2 diante do Corinthians no Pacaembu. Ele abriu a contagem logo nos primeiros instantes, ao surgir de surpresa na frente da zaga alvinegra para completar um lançamento. "Antes de mais nada, procuro cumprir a minha parte. Mas, se pinta uma chance, vou lá para conferir. O mais importante, acredito, é você desempenhar o teu papel. Sem essa de inventar", explica.

Apesar do futebol sempre combativo de Juninho, uma das maiores alternativas de banco de Sérgio Soares, o comandante resolveu apostar como nunca na indiscutível polivalência de Willians desde o começo da temporada.

Não se arrependeu. É só perguntar ao exigente treinador, que vê nele um dos símbolos da garra que os torcedores exigem na intensa luta do time pelo acesso.