Último dia de campanha, esforço máximo dos candidatos a prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) e Orlando Morando (PSDB), para fidelizar o eleitorado. Sem arriscar um plano inovador, o petista e líder na pesquisa Diário/Ibope, com 61% dos votos válidos, optou por tradicional caminhada reunindo centenas de mulheres. Na tentativa de reverter o quadro, o tucano e segundo colocado, com 39%, organizou a maior carreata desde o início do processo eleitoral.

Toda a estrutura de campanha do governista concentrou-se na Praça Giovani Breda, por volta das 12h. Depois de comandarem três carreatas, os tucanos partiram em peso para o Grande Alvarenga, onde o candidato obteve rejeição no primeiro turno.

Mantendo o discurso "da virada", Morando evidenciou que a estratégia era dar volume à candidatura. "Percorremos vários bairros para poder marcar a maior presença possível neste último dia."

O rival não se preocupou em demarcar o território. Interessado em valorizar o apoio do eleitorado feminino, que representa 49% de seu público, Marinho reforçou a importância da passeata articulada pela categoria. "As mulheres representam 52% dos eleitores da cidade, um número razoável que deve ser considerado. Deixamos claro que elas terão espaço em nosso governo."

TROCA DE FARPAS - Com o cenário eleitoral praticamente definido, os adversários não perderam a última oportunidade para trocar acusações. Morando reafirmou a dificuldade em concorrer com o poder financeiro do PT, cujo teto de investimento foi avaliado em R$ 15 milhões. "Enfrentamos um tsunami financeiro que prejudicou a concorrência. Além disso, eles mentiram muito, tentaram desconstruir meu nome. Nunca vi uma campanha tão baixa como essa."

Apesar de admitir que a "concorrência desleal" o prejudicou, manteve postura firme ao lado dos apoiadores e minimizou o levantamento Diário/Ibope. "Não discuto números. Mas a primeira rodada da pesquisa indicava vitória para ele. Só saberemos o verdadeiro resultado amanhã (hoje). Eu continuo confiante."

Sem demonstrar qualquer simpatia pelo concorrente, Marinho reclamou do "abuso da máquina pública" durante a campanha governista e atrelou sua ascensão à gestão municipal. "Não sou eu quem derrotará o Dib (prefeito William Dib, do PSB) e o Orlando, eles são os responsáveis pelos erros que cometeram. O atual governo é catastrófico e o sentimento de mudança, enorme."

Ao avaliar o resultado das pesquisas, novamente alfinetou Morando. "Nosso crescimento foi mais acelerado do que havíamos previsto, mas a queda dele era esperada devido à agressividade de sua campanha. Meu adversário tinha uma rede consolidada, usou a máquina para chantagear pessoas, mas exagerou, errou e atacou demais", concluiu.