Economia Titulo Alta
Salário médio sobe 5,6% no Brasil
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
25/10/2008 | 07:20
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O salário médio entre funcionários de empresas formais, ou seja, que têm CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), subiu 5,6% entre 2000 e 2006. Isso é o que aponta um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base em informações do Cempre (Cadastro Central de Empresas).

Em 2006, segundo o Cempre, foram pagos R$ 536,9 bilhões em salários e outras remunerações, e um salário médio mensal de R$ 1.208,64. Em comparação com 2005, o crescimento real foi de 10,5%, o salário médio mensal era de R$ 1.093,801.

Segundo Francisco Funcia, coordenador do curso de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), o pagamento de um maior salário nesse período foi possível graças à recuperação econômica e à consolidação da estabilidade.

Em 1997, quando houve a Crise Asiática - e as moedas de diversos países foram fortemente desvalorizadas -, o Real deixou de ser fixo (em paridade com o dólar), passou a ser flutuante e as taxas de juros foram elevadas para conter a inflação. Tal cenário nos anos seguintes foi agravado com a eleição de Lula. Houve uma crise de confiança, em que era colocado em dúvida se a vitória do petista resultaria em quebra de contratos.

"A partir de 2003, passada a desconfiança. os juros começaram a cair, o desemprego diminuiu e surgiram programas sociais, como o Bolsa Família. Foi um período em que a renda cresceu", explica Funcia. "Ao mesmo tempo, o cenário externo estava bastante propício, pois o País diversificou sua pauta de exportação", complementa.

Paulo Henrique da Silva, sociólogo do Observatório Econômico de Santo André, concorda. "O preço elevado das commodities como minério e alimentos deram ao Brasil a capacidade de recolher recursos externos e aplicar internamente", diz. E ele prossegue: "A economia aquecida propiciou o aumento da produção de bens de consumo e um maior acesso ao crédito".

Ambos os especialistas contam que o aquecimento da economia entre 2000 e 2006 propiciou a criação de mais postos de trabalho formais e uma melhor remuneração.

No Grande ABC, o crescimento foi gerado principalmente pelas montadoras, que criaram empregos e impulsionaram a economia regional e nacional. "A região foi responsável por um forte incremento do mercado consumidor interno", finaliza Silva.


Indústria paga melhores salários no Grande ABC

No Grande ABC, de acordo com levantamento realizado pelo Observatório Econômico de Santo André, os salários dos trabalhadores têm uma substancial diferença entre os setores presentes na região.

Entre os segmentos de indústria, construção civil, comércio e serviços, a remuneração maior é a do setor industrial. seja no pagamento feito por uma microempresa - com até quatro funcionários - ou por uma grande empresa, com pelo menos mil trabalhadores.

Paulo Henrique da Silva, sociólogo da entidade, explica que isso ocorre em virtude do alto valor agregado do produto fabricado e do nível de instrução do colaborador.

É nesse segmento onde ocorre maior disparidade entre os pagamentos feitos por uma micro e uma grande empresa: a diferença chega a R$ 2.588. Segundo Silva, isso ocorre pois em empresas menores o dono se ocupa de muitas funções.

"Já o salário menor pago na região é o do setor de serviços pessoais, como um cabeleireiro, justamente pelo baixo valor agregado do trabalho e por esse profissional ser menos capacitado", conta.

 




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