Cultura & Lazer Titulo Gratuito
Bate-papo e samba com a galera de São Mateus
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
24/10/2008 | 07:12
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Depois de encantar os norte-americanos com a cadência bonita de seus tamborins, os músicos do Berço do Samba de São Mateus voltam a mostrar sua ‘batida perfeita' na região nesta sexta-feira, às 20h, na Concha Acústica da Praça do Carmo, em Santo André. A entrada é franca.

Pouco antes do evento, às 18h30, os integrantes do grupo participam de um bate-papo - aberto ao público e também gratuito - em outro núcleo cultural andreense: a Casa da Palavra (Praça do Carmo, 171. Tel.: 4992-7218).

Durante o encontro com os admiradores, os instrumentistas contarão detalhes de suas trajetórias, desde as primeiras rodas de samba no quintal da Tia Filó, em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, até as apresentações nos Estados Unidos, realizadas em junho último, bancadas pelo Sesc-SP, responsável também pelo lançamento do disco da turma.

A temporada norte-americana incluiu três shows em Nova York e uma participação no carnaval promovido na cidade de Cleveland, que contou com foliões representantes de diversos países. "Ninguém sabia nada de inglês, mas nossa alegria e o jeito espontâneo de se comunicar e fazer samba na rua permitiram o diálogo", relembra o cantor e violonista Everson Pessoa, um dos pioneiros do Berço do Samba.

O intérprete faz parte do Quinteto em Branco e Preto, em que divide o palco com seus irmãos Vitor Hugo e Yvison Casca. Todos integraram a caravana brasileira, composta por cerca de 20 pessoas e da qual fizeram parte ainda compositores como Gerson da Banda, Dulce Monteiro e Marquinho Pavão. A trupe já recebeu o aval de diversos medalhões do samba, entre eles Beth Carvalho, Almir Guineto, Luis Carlos da Vila, Wilson Moreira e Zé Luis do Império Serrano.

"Em Nova York, nos apresentamos nas casas noturnas The Door e SOB's e em um teatro na Broadway, o Peter Norton Symphony Space, onde cabem mais ou menos umas 600 pessoas. Teve lotação esgotada e 90% da platéia era de norte-americanos. Tocamos músicas do nosso CD e acrescentamos um pot-pourri de cânticos africanos. Deixamos uma marca muito forte e eles foram ao delírio", comenta Pessoa.

África - Segundo o cantor, a matriz musical africana foi um dos pontos de convergência entre artistas nova-iorquinos e brasileiros. "A herança dos africanos é muito forte. Mas conversei com algumas pessoas e vi que uma das diferenças entre nós e eles é o uso do tambor. Os ingleses que colonizaram os Estados Unidos não permitiam que se tocasse esse instrumento, cortavam até a mão de quem tocasse. Essa foi a maneira deles de tentar calar os negros."

Berço do Samba de São Mateus - Show. Nesta sexta, às 20h. Na Concha Acústica da Praça do Carmo (em frente à Casa da Palavra). Entrada franca.




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