Economia Titulo IBGE
Produção de alimentos cai 7,4% em agosto e afeta indústria
10/10/2008 | 07:55
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Setor de maior peso na estrutura industrial do País, a produção de alimentos despencou 7,4% em agosto, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e puxou para baixo os dados nacionais e regionais da indústria.

A queda é atribuída especialmente ao recuo na atividade de produtos voltados para exportação, como suco de laranja e açúcar, mas, no geral, atingiu 63% dos itens desse setor.

A crise mundial, com possível influência na inflação, demanda externa e doméstica, será um desafio para o setor nos próximos meses. O diretor de economia da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Denis Ribeiro, acredita que o setor vai desacelerar de 5% este ano para 3,5% no ano que vem.

Segundo Ribeiro, os dados da Abia, ao contrário do IBGE, não mostram recuo na produção do setor em agosto, mas sim nas vendas reais. Ele argumenta que enquanto a associação computa especialmente os dados referentes a produtos de ponta da cadeia produtiva, de maior valor agregado, os resultados do instituto referem-se sobretudo à agroindústria.

O diretor explicou que, no que diz respeito à crise, a preocupação das empresas está no crédito à exportação e o financiamento à nova safra. A expectativa é que as providências já anunciadas pelo governo sejam suficientes para garantir os recursos para produtores de matérias-primas e exportadores, mas o momento é de espera nas empresas.

Outra preocupação é com os efeitos que a alta do dólar terá sobre a inflação e o poder de compra dos trabalhadores.

IMPACTO
Segundo dados do IBGE, a indústria alimentícia representou o principal impacto negativo na produção industrial. Além disso, puxou para baixo também os resultados de regiões que têm forte peso desse setor na composição industrial, como Nordeste, São Paulo e Paraná.

André Macedo, economista da coordenação de indústria do IBGE, explica que a atividade de alimentos tem peso de cerca de 12% na produção industrial total, o maior peso entre todos os setores pesquisados. A representação de veículos automotores, por exemplo, não ultrapassa 10%.

Macedo atribui o mau desempenho de alimentos a três produtos: açúcar, suco de laranja, e castanha de caju.

Segundo os dados de produção regional da indústria do IBGE, com exceção de Minas Gerais, todas as regiões nas quais a produção de alimentos se destaca registraram queda em agosto ante igual mês do ano passado: Santa Catarina (-0,9%); Rio Grande do Sul (-2,2%); Rio de Janeiro (-5,9%); São Paulo (-10,3%); Paraná (-11,0%) e região Nordeste (-5,4%).




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