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PT de Santo André externa preocupação com nova crise
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
05/04/2008 | 09:07
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Depois de uma semana conturbada na base petista na Câmara de Santo André, o PT admitiu que a briga entre os principais líderes do partido no Legislativo – o presidente José Montoro Filho, o Montorinho, e o líder da bancada, Jurandir Gallo – possa vir a atrapalhar a eleição do deputado estadual Vanderlei Siraque, pré-candidato a prefeito pelo partido.

“Estou realmente preocupado com a situação. Ela pode interferir no processo eleitoral, já que apenas quem pode tirar proveito são os nossos adversários”, observou Tiago Nogueira, presidente do PT, em relação à troca de acusações entre os vereadores por conta de divergências envolvendo projeto de autoria do Executivo.

A opinião do dirigente, no entanto, difere da visão da bancada petista e até mesmo do próprio Siraque. Sexta-feira, por meio da assessoria de imprensa, o prefeiturável descartou que o desentendimento entre Gallo e Montorinho seja prejudicial à campanha. “Trata-se de um problema pontual, de momento. Em breve, eles chegarão a um acordo.”

Embora o deputado e os demais vereadores tentem minimizar a nova crise, o PT andreense continua com problemas internos desde a prévia do final do ano passado. À época, o acirramento dos grupos ocorreu a partir do momento em que o prefeito João Avamileno decidiu apoiar a pré-candidatura de Siraque em detrimento a da vice-prefeita Ivete Garcia.

Recentemente, a sigla chegou a dar demonstrações de que poderia se unir, quando, pela primeira vez, Ivete participou de evento ao lado de Siraque desde o final da prévia.

Mas, apesar dos discursos de que a legenda havia superado os traumas causados pela disputa interna, o PT voltou a dar mostras de desentendimento com o episódio envolvendo o presidente da Câmara e o líder da bancada.

“Essa atitude de ficar se acusando publicamente tende a piorar o clima. A questão tem de ser tratada no fórum adequado, que é o diretório, e não usar a tribuna da Câmara para agredir um colega de bancada”, argumentou Tiago.

Ele disse que convocará reunião com a executiva e a bancada para tentar superar o problema. Tiago fez coro aos parlamentares da sigla e lamentou o fato de os vereadores não se reunirem mais semanalmente. “Tentarei construir mecanismos de diálogos, algo que falta atualmente.”

Impasse - Para Gallo, a briga com Montorinho pode ter ligação com a prévia, na qual ambos defenderam posições diferentes. Na opinião dele, o presidente da Câmara vem tentando forçar a troca na liderança da sigla.

“Esse cargo é cobiçado porque representa o voto de minerva na executiva. Há três vereadores politicamente em um bloco (ele, Antonio Leite e Claudio Malatesta), cujo interesse é manter o atual líder, e dois (Montorinho e Maria Ferreira de Souza, a Loló) que defendem a troca”, analisou, referindo-se aos grupos que rivalizaram na prévia.

Montorinho não comentou as declarações de Gallo.



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