Economia Titulo Seu bolso
Preço ao consumidor sobe 0,52% em novembro

Apesar de controlada, inflação abocanha renda do trabalhador

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
09/12/2011 | 07:03
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Os trabalhadores estão mais confortáveis financeiramente com o 13º salário. E a inflação, neste cenário, pode passar despercebida. Mas ela ganhou força novembro e dificilmente sua gordura será reduzida em vários produtos e serviços. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou ontem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que subiu 0,52% no mês passado sobre outubro.

O indicador aponta a variação média dos preços às famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários-mínimos, ou seja de R$ 545 a R$ 21,8 mil. O grupo alimentos e bebidas teve o maior impacto no bolso do brasileiro, com alta isolada de 1,08%.

“Não existe motivo para muitas preocupações, pois a inflação, mesmo alta, está controlada”, afirmou o professor de Economia Regional da Fundação Santo André Ivan Prado. Ele explicou que, diferentemente do que ocorria antes do Plano Real, que entrou em vigor em 1994, os preços não estão subindo de um dia para o outro, portanto não há motivo para pânico. Naquela época, a inflação chegou a subir mais de 20% em um dia.

O professor de Economia da Universidade Municipal de São Caetano Radamés Barone disse que, de modo geral, a população não está sentindo a inflação atual. “Este é um momento em que ele está com mais renda. Mas é necessário prestar atenção na produção industrial, que vem desacelerando, e nos índices de inadimplência do começo do ano que vem. Agora os preços subiram porque a demanda está aquecida. Mesmo elevada frente a outros países, a variação relativa dos preços (percentual da renda que os custos dos produtos e serviços comprometem) no Brasil não é tão ruim. Mas no ano que vem será necessária atenção”, destacou.

ALIMENTOS - Prado disse que o problema do IPCA de novembro está na inflação dos alimentos. Isso porque esses produtos são gastos básicos do trabalhador, que tem o poder de compra reduzido com este encarecimento. Na ponta do lápis, se um grupo de produtos sobe de R$ 300 para R$ 310, de um mês para o outro, a renda não acompanha essa expansão. Portanto se sobrava R$ 245 para uma pessoa que recebe R$ 545, passaria a ficar com R$ 235, já que a renda sobe, normalmente, uma vez por ano.

O IBGE destacou o avanço dos preços da carne, dentro do grupo alimentos, como principal vilão. Esse grupo de produtos encareceu, em média, 2,63%.

Aumento é geral e ocorre em produtos e serviços

O IBGE captou que todos os grupos de produtos e serviços tiveram inflação em novembro. O menor resultado foi do grupo transporte, que variou 0,01%. Por outro lado, os alimentos e bebidas encareceram 1,08%.

Dentro do grupo transporte, a maior inflação foi das passagens aéreas, com alta de 3,91%. Mas o etanol, terceira maior alta no grupo, após o aluguel de carro (1,53%), subiu 1,28% e teve maior impacto para as famílias. Isso porque, segundo o Departamento Nacional de Trânsito, no fim do ano passado circulavam 64,8 milhões veículos no País.

O grupo Educação teve inflação de 0,02%, seguido dos artigos de residência (0,05%), como os colchões (3,01%) e as roupas de banho (2,53%).

Os produtos e serviços de comunicação ficaram 0,39% mais caros, o grupo Saúde e cuidados pessoais encareceram 0,42% e o grupo habitação subiu 0,47%.

Os vestuários estão 0,58% mais pesados no bolso, em média, do que em outubro, e as despesas pessoais, como a depilação (3,04%) e as excursões (6,11%), encareceram, em media, 0,88%.




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