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Maurício e Marinho voltam a se reunir
Rita Donato
Do Diário do Grande ABC
19/02/2008 | 09:12
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Um novo episódio pode mudar as regras do jogo e definir o candidato do governo à Prefeitura de São Bernardo. No último domingo, o ex-prefeito Maurício Soares (PSB) e o ministro da Previdência Social, Luiz Marinho (PT), se encontraram reservadamente no prédio de uma das assessoras do socialista. Embora neguem a aproximação, fontes confirmam que os adversários já se reuniram três vezes neste ano, duas após a ruptura da chapa governista.

Dezenas de articuladores políticos presenciaram o último encontro, entre eles o presidente do PTdoB, Evandro de Lima, que mora no mesmo condomínio e, na ocasião, oferecia um churrasco aos pré-candidatos da legenda. Segundo ele, a reunião, cuja pauta não foi divulgada, durou cerca de duas horas. “Realmente estiveram juntos”, assegura. “Não fomos cumprimentá-los e não sabemos o teor da conversa, mas considero natural duas pessoas públicas se encontrarem.”

Na avaliação do presidente do diretório petista, Wanderley Salatiel, “conversas políticas entre candidatos é comum”. “Nós temos um grande tabuleiro e estamos começando a mexer as peças agora. O PT sempre está aberto para conversar com todos os partidos. São discussões legítimas, o diálogo tem de ser permanente”, pondera.

Há uma semana, o discurso petista seguia outra linha. Marinho chegou a cravar, em entrevista concedida ao Diário, que não se aliaria a Maurício. Na ocasião, o ministro considerou uma possível recomposição da chapa e ressaltou que a chance de reaproximação com o governista era mínima, já que ele havia “deixado o partido há muito tempo” e não teria “feito nenhum esforço para tentar se reconciliar, mesmo durante o processo de aliança.”

Apesar de demonstrarem distanciamento, Maurício e Marinho têm passados interligados. Um dos fundadores do PT, o ex-prefeito era advogado do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade à época que o ministro presidia a entidade. A suposta ligação entre os dois, mesmo após o rompimento partidário, teria motivado discussões internas no bloco liderado por Dib e dividido os governistas, que já se manifestaram contra a candidatura do socialista.

SILÊNCIO - Maurício não confirmou o encontro com o ministro e manteve o ‘pacto de silêncio’ firmado no grupo, de não falar sobre os planos para o futuro até o posicionamento do prefeito . “Estou em uma situação de inferioridade, sendo alvo de muitas acusações. Mas vou cumprir o acordo de não comentar a situação”, afirmou. “Não vou discutir política através da imprensa.”

Procurado pela reportagem, Marinho não foi localizado para comentar o assunto.




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