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Pela primeira vez, ‘Tortorellos’ serão oposição
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
10/03/2008 | 08:06
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A eleição municipal de outubro em São Caetano terá um fato inédito, com integrantes da família Tortorello no papel de opositores ao governo. Jayme Tortorello, do PT, e Marquinho Tortorello, do PPS – respectivamente irmão e filho do prefeito Luiz Tortorello (que morreu em 2004) – tentam reunir os partidos insatisfeitos com a administração de José Auricchio Júnior (PTB), candidato à reeleição.

Apesar de o sobrenome ainda ter um peso político na cidade, a base de sustentação liderada pelo atual chefe do Executivo – que recebeu apoio de Luiz Tortorello na eleição de 2004 – não possui nenhum componente da família.

Irmão e filho do ex-petebista (prefeito por três mandatos) podem unir as forças para enfrentar Auricchio no pleito, que terá também a participação de Horácio Neto, pré-candidato do Psol. “Ainda não podemos mensurar o espaço que os Tortorello têm na cidade. Mas, somente uma parceria entre os dois parentes, apesar de estarem em partidos opostos, poderá acumular força suficiente para enfrentar o atual prefeito”, avalia o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira.

Ainda de acordo com o especialista, o carisma de Luiz Tortorello pode não ser transferido totalmente para o irmão ou para o filho. “Muitas vezes, a empatia dos eleitores é para a pessoa específica do candidato”, explica.

Conseqüências - A escolha de Jayme Tortorello na prévia do PT, realizada no último dia 2, propagou mais conseqüências dentro do próprio partido – que está dividido – do que no quadro geral das eleições que está se desenhando.

Isso porque os pré-candidatos e principais envolvidos com o processo eleitoral compartilham opiniões semelhantes sobre a seleção de Jayme.

Para os integrantes de partidos da oposição que ainda não definiram se lançarão chapa majoritária ou se irão coligar com alguma legenda, as conversas seguem com o diretório do PT, independentemente do candidato. Já para os adversários do PT, o que importa é o partido e não o pleiteante.

“Quem quer ganhar (a eleição) não pode escolher adversário. Tem de trabalhar”, resume o prefeito José Auricchio Júnior.

Já Horácio Neto coloca o Psol como “único partido de esquerda coerente”. “Teremos uma posição continuísta com o candidato do atual governo; outra propondo a volta do tortorellismo do passado; e a nossa, com uma real proposta alternativa para a cidade”, considera.

Para Marquinho Tortorello, presidente do PPS, o fato de seu tio estar num dos maiores partidos da cidade em ternos de filiados (possui 2.200 militantes) não significa que a aliança seja facilitada. “Temos conversado com integrantes do diretório petista antes mesmo da prévia. Mas ainda estamos dialogando”, despista.

O presidente do PSTU, Marcos Leal, o Alemão – que disputou a eleição de 2004 –, diz que as tratativas acerca de coligações estão abertas independentemente dos candidatos. Já o presidente do PDT, Luiz Inácio da Silva, o Cidão, que ameaça lançar candidatura majoritária, ressalta que a sigla aguarda uma posição da executiva estadual para definir sua posição.



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