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Indústria competitiva depende de mais pesquisas
18/02/2008 | 07:28
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Uma redução da carga tributária e um câmbio mais favorável às exportações e desfavorável às importações não iriam elevar a competitividade do produto brasileiro nem no mercado interno nem no externo, como defendem os empresários.

Um amplo estudo sobre a competitividade da indústria paulista, realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo, mostra que o setor precisa mesmo é investir em pesquisa e desenvolvimento para obter um padrão de qualidade de nível mundial, enfrentar a concorrência e elevar seus retornos financeiros.

Trata-se, na verdade, não apenas de desafio econômico, mas, sobretudo, cultural. Tirando grandes empresas de atuação internacional, como Petrobras, Vale e Embraer, por exemplo, o empresário brasileiro investe pouco em pesquisa e desenvolvimento.

Agora, no entanto, terá de correr atrás do tempo perdido se quiser continuar no mercado.

A questão é que o papel do governo passa a ser o de incentivar o investimento e não mais subsidiar os empresários. “O cenário para a indústria nos próximos dez anos é bastante difícil. Há muita concorrência, os investimentos globais em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) crescem em todas as áreas, e se o empresário brasileiro não pensar nisso, não investir pesado, será afetado muito rapidamente”, resume Denise Andrade Rodrigues, diretora de Política Industrial e Tecnológica do IPT, coordenadora do trabalho que estudou 26 setores da indústria paulista, a pedido da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado. O estudo, embora paulista, é uma referência para todo o País.

A China, grande concorrente do Brasil em várias áreas dos mercados interno e externo, já não é mais simplesmente uma indústria que faz cópias, e de má qualidade. Isso ainda existe, mas “há a outra China, que investe forte em P&D e que vende no mercado dos Estados Unidos”, disse a diretora do IPT.

Denise não deu detalhes do estudo, que será divulgado aos empresários a partir da próxima semana, no seminário “Uma Agenda de Competitividade para a Indústria Paulista: Oportunidades de Desafios”, para validar os diagnósticos e as propostas para a competitividade paulista.




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