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União acelera ações para reforma agrária
06/02/2008 | 07:31
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Nestes primeiros meses, o governo federal deverá desapropriar mais terras para a reforma agrária do que durante todo o ano passado.

De acordo com informações do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já destinou para a reforma, por meio de decretos de desapropriação, 107 mil hectares; e para fevereiro estão previstos outros 148 mil. No total serão 255 mil hectares em dois meses – volume bem superior ao de 2007, que estacionou em 207 mil hectares.

Ainda segundo o ministro, o número de famílias beneficiadas pela reforma em janeiro e fevereiro deverá chegar a 8 mil. No ano passado foram 5.300 famílias.

Justificativa - Para Cassel, que tem sido duramente criticado pelo MST (Movimento dos Sem-Terra) e outras organizações pelos baixos resultados exibidos no ano passado, o salto previsto para os dois primeiros meses de 2008 não está relacionado ao ano eleitoral, mas sim à greve dos servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 2007. A greve, de 90 dias, teria represado o processo de reforma.

Discordância - O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que ocupou a pasta do Desenvolvimento Agrário no governo de Fernando Henrique, estranhou a revelação dos números nesse momento, quando a máquina burocrática encontra-se praticamente paralisada: “Os números podem indicar um estoque de ações que ficou de 2007. Mas decretos de desapropriação não têm o mesmo significado que pessoas postas sobre a terra. Ainda há um longo processo até lá.”

Outra preocupação do deputado: “Se o governo pretende acelerar os assentamentos, é preciso saber se vai fazê-lo sobre áreas de fronteira agrícola na Amazônia, estimulando mais uma vez o chamado desmatamento formiga. No Sul e Sudeste, nós sabemos, não há espaço para acelerar a reforma”, destaca.




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