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Chefe do IBGE gastou quase R$ 100 mil em 2007
01/02/2008 | 08:24
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O chefe da agência de Presidente Prudente (SP) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Luiz Carlos Estevam Foglia, entrou para a lista dos maiores gastadores com cartões corporativos do governo federal em 2007. Entre janeiro e dezembro, o funcionário gastou R$ 98.226,78. Desse total, R$ 96.243 foram sacados em espécie de caixas eletrônicos do Banco do Brasil.

A distribuição das despesas durante o ano não é uniforme. No primeiro semestre, saques de até R$ 115 e pagamentos feitos a postos de gasolina e lojas de cartuchos para impressora, que não passaram de R$ 80. De junho em diante, os saques foram mais vultosos e freqüentes: só em 25 de julho foram feitas dez retiradas, cada uma no valor de R$ 1.000.

Naquele mês todo foram 48 saques desse valor, que, somados a outras retiradas menores, passaram de R$ 52 mil. Em agosto, outros 21 saques e em dezembro, mais quatro de R$ 1.000.

Foglia, funcionário do IBGE desde 1976, atribui o alto gasto às atividades relativas ao Censo 2007, do qual ele foi coordenador das operações na região de Presidente Prudente e, por isso, o responsável pelo pagamento dos recenseadores contratados temporariamente. “Usei o dinheiro sacado para pagar a equipe, as diárias, estadia e transporte. É muito dinheiro, mas foi muita gente e muito trabalho”, afirmou Foglia, sem saber precisar quantas pessoas foram contratadas.

A equipe era eficiente, diz, e teria terminado o serviço antes do prazo, no meio de julho. Foglia teria sido deslocado para a região de Sorocaba, onde o ritmo da contagem era mais lento. “Levei gente de minha confiança, que trabalha direito.” Por não estarem cadastrados, os recenseadores eram pagos com dinheiro sacado com o cartão corporativo. “Devo ser o que mais gastou no Estado.”

Foglia explicou que os gastos com o cartão do IBGE devem ser autorizados previamente pelo departamento financeiro do instituto e não é permitido usar mais que o requisitado. “Justifico o pedido, eles analisam e eu presto contas depois. Não é como esses cartões de uso pessoal do governo”, afirmou. “Estou de férias e o cartão está guardado na gaveta. Se gastar no free shop, perco o emprego.”

Fontes do IBGE contam que outros servidores também sacaram, em 2007, quantias altas com o cartão corporativo. Cautelosos com as denúncias, funcionários devem cortar os gastos.



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