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Baixa renda é alvo do e-commerce
Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
24/01/2008 | 07:00
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Vistas com outros olhos pelo segmento de e-commerce, as classes C, D e E, que hoje representam 72% do mercado potencial do comércio eletrônico de São Paulo, deverão impulsionar um boom de vendas on-line até o Natal deste ano. O que despertou as lojas da internet foi o consumo de computadores em 2007, 30% maior que o de aparelhos de televisão.

Segundo pesquisa recente do Data Popular e da McCann Ericksonn, a demanda aumentou em razão das facilidades de pagamento e da queda do dólar, que estimularam a compra dos PCs: hoje, 2,2 milhões de consumidores dessas classes têm um. A posse do computador se tornou necessária, mesmo para os consumidores de baixa renda.

“No Brasil todo, a venda de computadores está aumentando devido à expansão do crédito. Hoje a baixa renda já detém 67% dos cartões de crédito do País e movimenta R$ 512 bilhões”, comenta Renato Meirelles, coordenador da pesquisa.

Segundo o Ibope NetRatings, o total de pessoas que têm acesso à internet em casa aumentou 24,4% no primeiro semestre de 2007, somando 27,5 milhões de pessoas.

A expectativa, segundo Meirelles, é de que esses três fatores – maior familiarização da internet, crescimento do número de consumidores com PCs e expansão do cartão de crédito – se unam e aumentem as vendas pela web.

RECEIO

“Quando os novos consumidores se sentirem seguros de comprar pela rede e acreditarem que não haverá nenhuma fraude com seus dados pessoais e com a entrega dos produtos, o volume de vendas on-line chegará ao mesmo patamar dos negócios nas lojas de ruas e shoppings centers”, diz Meirelles.

Para ele, esse é o principal desafio: tornar o e-commerce tão confiável quanto o varejo. “Essa é uma relação que ainda precisa ser construída”, diz. “Conquistarão o mercado on-line as empresas que souberem usar a internet da maneira mais adequada a esse público.”

Para a entidade, a internet será o principal canal de compras daqui alguns anos, já que graças aos mecanismos de busca e comparação de preços, o consumidor passa a enxergar o meio como uma grande vitrine de oportunidades de consumo. “Mesmo os internautas receosos em comprar pela web e os que não têm acesso ao crédito utilizam a rede para comparar preços de produto”, lembra Meirelles.



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