Com aumento de 63% nos lançamentos de imóveis e vendas 79% superiores a 2006, o Grande ABC comemora 2007 como o melhor ano para a construção civil das duas últimas décadas. No ano passado foram lançados 6.879 apartamentos ante 4.209 em 2006. Foram comercializados 5.826 imóveis novos. Em valores, o setor movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão.

O bom desempenho foi diretamente influenciado por três fatores, segundo o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci. O primeiro deles é a queda de juros. “Os financiamentos de habitação para as classes média e popular estão menores. Isso incentiva a compra”, afirma.

As facilidades para o pagamento, como o financiamento de 100% do valor do imóvel e o pagamento em até 30 anos também tornaram mais viável o de investimento.

Por último, Bigucci – que também é vice-presidente do Secovi (Sindicato da Habitação) – destaca a abertura de capital das construtoras e a entrada de recursos do Exterior para o setor. “Há um alto volume de dinheiro nas mãos das construtoras e dos emprestadores”, comenta.

São Bernardo foi a cidade que, em 2007, dispôs de mais lançamentos, respondendo por 44% do total. Santo André e São Caetano estão empatadas em segundo lugar, com 28% cada. “Nos outros municípios o volume não chega a ser expressivo. Isso não quer dizer que não houve investimento.”

O presidente da entidade afirma que São Bernardo, por exemplo, reduziu a taxa do ISS (Imposto Sobre Serviços) de 4% para 2% para o setor de construção civil. “Isso leva investimentos para a cidade.”

A expectativa da Acigabc para a construção civil na região em 2008 é manter resultados de 2007. “O ano passado foi além do esperado.

Acredito que neste ano o número de lançamentos e vendas de imóveis novos na região seja igual ou um pouco inferior”, diz.

“Desde o início da década de 1980 não tivemos um ano tão bom. Na época, foram financiadas cerca de 600 mil habitações em todo o País. Em 2007 foram cerca de 190 mil. Dois terços a menos, mas mesmo assim é muito bom.”

Apartamentos de três dormitórios foram os mais procurados, com 2.550 unidades vendidas. Na seqüência estão os com dois dormitórios (2.301) e quatro (896). A preferência por apartamentos com apenas um quarto é pequena: apenas 79 foram comprados. “A diferença de valor entre um apartamento de um ou dois dormitórios é muito pequena, entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. O comprador acaba preferindo investir um pouco mais.”