A procuradoria geral da Rússia anunciou nesta terça-feira ter aberto uma investigação sobre supostas irregularidades na tentativa do oposicionista e ex-premiê Mikhail Kassianov de se candidatar à presidência. Com isso, as eleições presidenciais de 2 de março podem ficar sem qualquer candidato de oposição liberal.

A investigação diz respeito a supostas falsificações na lista de dois milhões de assinaturas que Kassianov teve que apresentar à Comissão Eleitoral para se registrar como candidato independente, sem o apoio de um partido representado no Parlamento.

"Foram descobertas assinaturas falsificadas em apoio ao candidato a presidente Mikhail Kassianov em Rybinsk, na região de Iaroslavl (Volga)", anunciou Tatiana Chernychova, funcionária da procuradoria, à televisão.

"A procuradoria da República de Marii El (Volga) descobriu violações análogas. Um departamento do comitê de investigação da procuradoria em Ioshkar Ola (capital de Marii El) iniciou uma investigação", acrescentou.

Defesa- A porta-voz de Kassianov, Elena Dikun, denunciou uma "pressão política". "A investigação não foi aberta contra ele diretamente, mas está dirigida contra ele", declarou Dikun.

Ela também acusou as autoridades de russas de realizar uma campanha contra os partidários de Kassianov em várias regiões e que as pessoas que recolheram as assinaturas foram 'visitadas' por policiais do departamento de luta contra o crime organizado (Ubop), acusados de pressionar a oposição.

Para poder registrar sua candidatura, Kassianov, cujo partido não está representado no Parlamento, teve que reunir dois milhões de assinaturas em toda a Rússia. Os outros candidatos da oposição liberal, de Boris Nemtsov a Garry Kasparov, desistiram da disputa, já que consideraram uma missão impossível.