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Hillary e Obama disputam eleitorado inspirados em Luther King
Da AFP
22/01/2008 | 11:14
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Os pré-candidatos democratas Barack Obama e Hillary Clinton fizeram uso das palavras do defensor dos direitos civis Martin Luther King em suas campanhas nesta segunda-feira, na tentativa de garantir vaga na Casa Branca através dos votos de um distrito onde o eleitorado negro é muito importante: Carolina do Sul.

Em um dia de feriado nos Estados Unidos para comemorar o nascimento de Luther King, os senadores Clinton e Obama se uniram a milhares de pessoas, em sua maioria negras, em uma homenagem na capital da Carolina do Sul.

À noite, ambos os pré-candidatos se enfrentaram em um debate transmitido pela TV que contou também com a participação do senador John Edwards, terceiro na disputa.

Animosidade- A antipatia e a rivalidade entre ambos foi notória, não só nos gestos e constantes interrupções, assim como em suas acusações verbais. Obama lamentou "não saber às vezes contra quem" compete, ante uma escalada de críticas que recebe do ex-presidente Bill Clinton, que intensificou a campanha por sua esposa.

Entretanto, a ex-primeira-dama não ficou atrás e lamentou não conseguir jamais travar "um debate frontal porque não se consegue nunca uma resposta direta" do senador de Illinois. "Você nunca assume responsabilidades ao votar (no Congresso)", acusou ela.

O debate incluiu ainda outros temas, como a economia, em um dia de grande queda nas Bolsas mundiais diante dos fortes temores de uma recessão nos Estados Unidos."O que conhecemos do plano do presidente (George W.) Bush deixará de fora entre 50 e 70 milhões de americanos", disse Clinton sobre o plano de estímulo econômico de US$ 140 bilhões revelado recentemente.

A senadora também acusou o adversário de não administrar "com seriedade suficiente" a crise dos créditos hipotecários que afeta o país: "O pacote (...) é inadequado. É muito pouco, tarde demais", ressaltou.

Após ter advertido sobre o risco de que o país caia em "uma recessão extraordinária caso a economia não seja estimulada", Obama também criticou o governo. Bush "desperdiçou bilhões de dólares em uma guerra que nunca deveria ter sido autorizada e nunca deveria ter sido travada", afirmou em referência ao Iraque.

Homenagem- Em um dia dedicado a Martin Luther King, Obama disputou sua herança como máximo inspirador de uma nação em problemas e desferiu um golpe certeiro em sua adversária, que recebeu algumas vaias isoladas da multidão.

"Não podemos nos dar ao luxo de passar adiante, derrubando uns aos outros. Não precisamos de uma política do medo neste país, precisamos da política da esperança. É disso que trata a mensagem de King", disse Obama na homenagem.

A ex-primeira-dama, que em sua adolescência conheceu o ativista negro em Chicago sete anos antes de seu assassinato em 1968, destacou seu rival como um "extraordinário homem afro-americano".

Muitos exibiam cartazes de apoio a Obama, que luta para ser o primeiro negro a chegar à Casa Branca, a dias das cruciais primárias democratas na Carolina do Sul que serão realizadas neste sábado. "Não à dinastia Clinton", estava escrito em um dos cartazes.

Para a senadora, a Carolina do Sul -onde as pesquisas favorecem Obama- representa a oportunidade de se manter no bom caminho depois de Nevada e New Hampshire, antes do bombardeio das disputas partidárias em 23 estados na "super-terça" de 5 de fevereiro.

Enquanto isso, os aspirantes republicanos para suceder Bush estão concentrados na Flórida, onde as primárias serão realizadas no dia 29 de janeiro. O senador John McCain continua na frente depois de ter vencido no sábado na Carolina do Sul o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee.

O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani enfrenta agora um tudo ou nada, depois de ter se auto-excluído das primeiras quatro votações com a esperança de obter um grande triunfo na Flórida (sudeste) anterior à "super-terça".




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