Os candidatos a prefeito de Santo André neste ano acreditam que a eleição, em outubro, será decidida novamente – a exemplo do que ocorreu no pleito de 2004 – no segundo turno. Embora não falem publicamente, acreditam na possibilidade de o PT ter presença garantida na fase decisiva da eleição por ser governo atualmente.

Segundo comenta-se, os prefeituráveis já fazem as contas, com a ajuda de pesquisas informais, para direcionar o trabalho a fim de enfrentar os petistas no segundo turno. Eles desmentem a informação.

O advogado Raimundo Salles (DEM), que no ano passado chegou a dizer que mediria forças com o PT no segundo turno, hoje garante ter dúvidas com relação ao poderio dos adversários. “A conduta deles mudou muito, não condiz com a história do partido. Além disso, falta discurso”, ressalta Salles, para quem a única maneira de os petistas terem sucesso é no caso de usar a “máquina administrativa”.

Ele declara que a intenção é vencer a eleição ainda no primeiro turno. “Quem pensa diferente não merece nem entrar na disputa. Mas se não for possível, tenho a convicção de que estarei no segundo turno”, afirma o democrata, o qual se considera a personificação da “renovação política na cidade”.

Ao contrário do presidente municipal do PSDB, Luiz Antonio Cestari, que aposta em nova polarização entre PT e PSDB neste ano, o candidato tucano Newton Brandão prefere não fazer previsões. “Há partidos que nem lançaram nomes ainda”, argumenta. Mas admite que o PT é um forte candidato. “O uso da máquina (administrativa) sempre atrapalha porque incentiva a corrupção.”

“O PT é realmente um forte candidato a ir ao segundo turno no atual cenário. Mas não colocaria essa certeza em cima do partido. O segundo turno é uma grande incógnita. Quem hoje falar que estará entre os dois primeiros na eleição corre o risco de passar vergonha no final do ano”, arrisca o ex-vereador Ricardo Alvarez (Psol).

O vereador Aidan Ravin (PTB), outro cotado a disputar a Prefeitura, não foi encontrado para comentar o assunto.

CONFIANÇA - O deputado estadual Vanderlei Siraque afirma “não ter dúvidas” de que venceria a eleição caso a disputa ocorresse hoje. A explicação, segundo ele, são as “boas” administrações dos prefeitos petistas Celso Daniel e João Avamileno, as quais ele garante representar “a continuidade”. “Além disso, venci todas as eleições que disputei.”

Sobre um possível segundo turno, ele avalia que PT e PSDB devem polarizar a disputa. “É algo que tem ocorrido no Estado e em nível federal, e certamente deve se repetir em diversos municípios. Mas não posso escolher adversários.”