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Nomeação de Lobão vai testar prestígio de Sarney no Planalto
13/01/2008 | 07:10
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Na quarta-feira, a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador José Sarney (PMDB-AP) passará por um teste decisivo: a nomeação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o Ministério de Minas e Energia.

Será o dia em que Lula, durante conversa no Palácio do Planalto, formalizará finalmente o convite ao senador maranhense. “Estamos esperando essa definição há 40 dias. No fim do ano passado, o presidente disse que o cargo era do PMDB e faria a nomeação em janeiro. Já estamos no dia 10”, disse Lobão na última quinta-feira, dando sinais de impaciência e ansiedade, enquanto a cúpula do partido, com Sarney à frente, acertava sua indicação.

Aconselhado pelo padrinho político, Lobão trocou o PFL (atual DEM) pelo PMDB e fez de tudo para tornar-se o escolhido da legenda. “Eu tenho o apoio dos líderes na Câmara e no Senado e do presidente do partido”, orgulhou-se Lobão.

Os peemedebistas pediram que o senador se mantenha recluso, sem dar entrevistas, até a conversa com Lula. À boca pequena, teme-se que ocorra com ele o mesmo que se deu com a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Indicada para o Ministério de Cidades, Roseana acabou não sendo confirmada na última hora.

DESGASTE

O apoio em bloco de peemedebistas é decisivo para Lobão. Como o fim do clima de lua-de-mel política entre Lula e Sarney, o respaldo exclusivo do ex-presidente deixou de ser uma garantia de nomeação no ‘Diário Oficial’.

Ao longo dos últimos cinco anos de governo petista, Sarney deixou de ser a figura-chave no relacionamento do Planalto com o Congresso. Lula, aqui e ali, também andou demonstrando irritação com o apetite do peemedebista para nomear.

Com habilidade, ambos têm evitado seguir na trilha barulhenta do confronto.

No fim do ano passado, para cravar o nome de Lobão, Sarney chegou a manter uma difícil conversa com o presidente, quando foi informado de que qualquer decisão somente seria tomada depois de alguma reflexão.

Lobão passaria o ano novo sem poder encomendar o terno de posse no ministério. A um interlocutor, Sarney, no entanto, abafou a queixa. “De jeito nenhum. Não tive conversa dura com o presidente”, reagiu o senador.

Lobão é um velho aliado da família, sendo um dos coordenadores da campanha de Roseana para o governo do Maranhão.




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