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Lula quer evitar desgaste com aliados
13/01/2008 | 07:06
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O governo federal já se preocupa em tentar evitar que este primeiro semestre se transforme numa repetição do desastre político ocorrido no fim de 2007, quando a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi derrubada por uma oposição minoritária.

O começo do ano está sendo marcado por uma seqüência de problemas para o governo, que tem provocado insatisfação na base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dentro do Congresso.

O desgaste pelo anúncio do pacote de impostos, as pressões da base por nomeações e liberações de recursos,suposta ameaça de apagão de energia, e a crise provocada pelos casos de febre amarela são vistos no Palácio do Planalto como potenciais ‘desgastadores’ da imagem do governo, especialmente em um ano eleitoral.

Por conta disso, Lula se reuniu diversas vezes nos últimos dias com seus principais ministros e líderes aliados no Congresso para cobrar a aprovação das medidas de reposição às perdas da CPMF e exigir providências para impedir que haja racionamento de energia e que a febre amarela se espalhe.

Apesar dessa cobrança, o presidente ouviu muitas queixas dos aliados nessas conversas. Eles reclamaram desconhecer o teor das medidas anunciadas pelo Palácio e ter de apoiá-las, concordando ou não com o conteúdo.

O cenário se tornou mais complicado ainda porque no anúncio do pacote ficou evidente que continua existindo uma falta de sintonia entre ministros da área econômica e os da área de articulação política.

Durante a fracassada negociação para tentar aprovar a prorrogação da CPMF, esse problema contribuiu para fazer com que até aliados ficassem contra a proposta no Senado.

Agora, o anúncio das medidas foi mais além. A oposição considera que o governo quebrou sua palavra, já que prometera discutir aumento de impostos com o Congresso apenas depois da volta do recesso parlamentar, em fevereiro.

Já os governistas se sentem desprestigiados porque, para compensar a perda de arrecadação com a CPMF, o governo planeja cortar emendas dos partidos da base. Sem falar que precisarão defender o pacote junto à população em um ano eleitoral.

ENDURECIMENTO

Na oposição, o trabalho é tentar derrubar as novas medidas, que incluem aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) do setor financeiro.

A idéia da bancada é justamente aproveitar o clima de confusão e insatisfação na base do governo para atrasar ao máximo a aprovação das medidas pelo Congresso.“É provável que consigamos impedir a votação das medidas do pacote de governo por um longo tempo. Ainda mais com o governo ajudando”, prevê o presidente nacional do DEM, o deputado federal (RJ), Rodrigo Maia.



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