Economia Titulo Dia das Crianças
Tecnologia também faz sucesso entre crianças
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
06/10/2008 | 07:04
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Celulares, acessórios de computador, laptops, entre outros produtos relacionados à tecnologia já dividem os sonhos de consumo das crianças para este 12 de outubro. Empresas dos mais diversos setores vêm apostando nesse nicho de mercado como uma grande aposta para o futuro.

CELULARES
A Sony Ericsson trouxe, em maio, dois novos modelos de aparelhos celulares.

Com a roupagem infantil, os telefones trazem atrativos para meninos e meninas.

Everton Caliman, gerente de produtos da fabricante, afirma que pesquisas apontaram a necessidade de produtos nessa linha. "Percebemos que esse público não era bem atendido", afirma.

A parceria com a Mattel trouxe ao mercado celulares com o visual do Hot Wheels e da Barbie, tão desejados. "Esse interesse das crianças é muito novo, sabemos que tem um mercado forte por vir", comenta.

Com câmera de 1.3 megapixel, toques de MP3, infravermelho para transferência de arquivos e acesso à internet GPRS, o aparelho tem as funcionalidades mais desejadas pela criançada. "Essa criança conhece tecnologia e percebe quando um toque é polifônico ou MP3."

No entanto o preço dos aparelhos é de gente grande. Segundo o fabricante, o MP3 que está disponível apenas nas lojas C&A, chega aos R$ 299.

PERIFÉRICOS
Para as crianças que já têm o seu computador, alguns periféricos chamam à atenção.

"Estamos começando neste ano com a linha infanto-juvenil", comenta Danilo Ange, coordenador de produto da Multilaser.

A confiança neste mercado é tão grande que, segundo Ange, a Lojas Americanas limpou o seu estoque de alto-falantes de pelúcia para o computador. A empresa já tem linhas de teclado, mouse e até mesmo webcams com temática infanto-juvenil.

O preço é semelhante ao do produto tradicional e só é encontrado em lojas de informática e papelarias. "Estamos tentando entrar nas lojas de brinquedo ainda neste ano", conta.

Com o sucesso, a Multilaser pretende aumentar sua linha para esse público. "Estamos com o projeto de um teclado educativo enorme, colorido, que ajude na alfabetização das crianças", descreve Ange. "Nossa dúvida é se de fato teremos público para esse mercado de periféricos educativos, pois terão um custo muito mais alto."

Produtos com personagens famosos custam 20% mais

Produtos com estampas e desenhos de personagens da televisão ou dos games tendem a custar mais caro.

Segundo Danilo Ange, da Multilaser, um dos principais encarecedores dos produtos chamados licenciados é o pagamento de royalties. Essa taxa é paga para a empresa detentora dos direitos sobre o personagem e funciona como um direito sobre a utilização da imagem. "Isso chega a encarecer meu produto em 20%", afirma Ange.

Outro fator que aumenta o preço dos presentes é a necessidade de utilizar produtos de boa qualidade quando associados aos personagens famosos. "Trabalhamos com uma linha de alto-falantes do Batman e não há como pagar royalties para a Warner, que é detentora dos direitos do personagem, sem investir na qualidade do produto." Segundo Ange, as linhas Moranguinho e Batman contam com tecnologia de ponta e peças de primeira linha.


Impostos embutidos chegam a 72%

Na empolgação para agradar a garotada na escolha pelo presente do Dia das Crianças, os consumidores - principalmente os pais - mesmo pesquisando os preços dos produtos antes de comprá-los, acabam não conseguindo driblar as altas cargas tributárias embutidas nos presentes.

Estudo realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) apontou que o imposto pode corresponder até 72,18% do valor do produto, como é o caso do tão cobiçado videogame Playstation. A alegria da criança ao ganhar o presente acaba pesando, e muito, no bolso de quem o compra.

Segundo a pesquisa, os eletrônicos, que são os presentes mais solicitados pela garotada, estão de fato sobrecarregados de impostos: além do Playstation, para um MP3 ou iPod, quase metade do valor é destinado ao pagamento de tributos, 49,45%.

Já para uma simples bola de futebol o tributo cobrado é de 46,49% do valor total do produto.

O autor do estudo, o tributarista João Eloi Olenike, diretor técnico do IBPT, explica que "não importa a época do ano ou o motivo da comemoração, quem sempre festeja é o governo, devido à enorme carga tributária, que constantemente despeja soberba quantidade de dinheiro nos cofres públicos, comprovada pela arrecadação recorde na última semana, cujo superávit do governo federal cresceu 43,2% e chegou a R$ 68,43 bilhões".




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