A Borelli Cia. de Dança apresenta desta quinta-feira até domingo o espetáculo Jardim de Tântalo no Teatro de Dança, programa da Secretaria de Estado da Cultura, gerenciado pela Apaa (Associação Paulista dos Amigos da Arte).

A remontagem integra o projeto Cantos Malditos do coreógrafo e bailarino andreense Sandro Borelli, no qual serão reapresentados espetáculos significativos dos últimos 11 anos de sua trajetória.

São eles Senhor dos Anjos (inspirado na vida e obra de Augusto dos Anjos), Jardim de Tântalo (inspirado na insanidade mental), e Bent, o Canto Preso (da obra teatral de Martin Sherman). Neste projeto há ainda uma nova criação: Che Guevara (título provisório, inspirada na vida e obra de Ernesto Che Guevara). Todos os espetáculos foram inspirados em autores, temas e personalidades considerados ‘malditos', algo recorrente na trajetória do grupo.

Tântalo é um personagem da mitologia grega que enfureceu os deuses e foi condenado a passar fome e sede em um jardim onde abundavam alimentos e bebidas. A história expressada pelos bailarinos questiona o limiar entre loucura, sanidade, irreal e real. "O conceito de insanidade depende do lugar e da época onde se vive, das regras impostas que determinam o que é certo ou errado", afirmou Borelli sobre o espetáculo, mostrado pela primeira vez em São Paulo em 2001.

Outra reflexão colocada pelo coreógrafo é o instante exato em que o indivíduo atravessa a fronteira entre esses estados mentais, e o que desencadeia esse movimento. Além do resultado dessa transformação, que seria a obtenção do conhecimento.

Estão no palco Daniella Rocco, Edson Calheiros, Elisângela Ferreira, Elizandro Carneiro, Robson Ferraz, Vanessa Macedo, Roberto Alencar (bailarino convidado) e Marina Costa.

Já no próximo dia 30 o Teatro de Dança inicia o projeto Casa Aberta, com coordenação de Uxa Xavier. Durante quatro horas, sem intervalo, serão realizados encontros especiais voltados à formação e investigação da dança: aulas abertas, simpósios, debates, ensaios-abertos programados por coletivos, universidades, grupos de estudos/pesquisa e curadores especiais. A entrada é franca. Informações pelo telefone 2189-2557.