O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, se somou nesta quinta-feira ao chefe da Fifa, Joseph Blatter, para pedir aos clubes de futebol que liberem seus jogadores para as Olimpíadas de Pequim.

Rogge fez um apelo especial aos clubes europeus de futebol, após o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidir que Werder Bremen, Schalke 04 e Barcelona não precisam liberar os brasileiros Diego e Rafinha e o argentino Messi, respectivamente, para disputar os Jogos de Pequim.

Jacques Rogge afirmou que o COI compartilha a opinião de Blatter e "dá grande importância à qualidade do torneio de futebol" olímpico, mas destacou que "não pode comentar (a decisão) já que o COI criou o Tribunal Arbitral do Esporte".

"Devo admitir que estou preocupado. Esta situação precisa acabar", disse Rogge, que acertou com Blatter uma reunião "para tratar deste tema após os Jogos". Neste momento, "peço aos clubes envolvidos que liberem seus jogadores".

"Deixem que vivam seu sonho. Como diz Ronaldinho, é um sonho estar nos Jogos Olímpicos. Temos que deixar os jogadores realizar este sonho, como no basquete ou no tênis"

"Peço que os clubes observem uma 'trégua olímpica' até o final dos Jogos. Estou certo de que poderão obter um acordo com a Fifa sobre um calendário internacional. Lutaremos com Blatter".

Segundo o Tribunal Arbitral do Esporte, "o torneio olímpico não está no calendário oficial da Fifa, e não há uma decisão do Comitê Executivo da Fifa que estabeleça uma obrigação de pôr à disposição" qualquer jogador, incluindo os "de menos de 23 anos", para o torneio olímpico.

Blatter advertiu hoje que a recente decisão do Tribunal Arbitral pode provocar um efeito "bola de neve" no torneio olímpico de futebol, com a saída de muitos jogadores.

"Outros clubes poderão impedir agora que seus jogadores participem das Olimpíadas, retirando atletas das 16 equipes inscritas". Neste caso, "não haverá torneio olímpico. Poderemos fazer uma competição de futebol de praia, com cinco para cada lado".