O presidente da Fifa, Joseph Blatter, estimou nesta quinta-feira, em Pequim, que a recente decisão do Tribunal Arbitral do Esporte pode provocar um efeito "bola de neve" no torneio olímpico de futebol, com a saída de muitos jogadores.

O Tribunal considerou na quarta-feira que não há "obrigação alguma de liberar os jogadores" para as Olimpíadas de Pequim, dando razão a três clubes europeus que relutavam em fazê-lo.

Segundo Blatter, "outros clubes poderão impedir agora que seus jogadores participem das Olimpíadas, retirando atletas das 16 equipes inscritas". Neste caso, "não haverá torneio olímpico. Poderemos fazer uma competição de futebol de praia, ou jogos com cinco para cada lado".

De acordo com o Tribunal Arbitral do Esporte, "o torneio olímpico não está no calendário oficial da Fifa, e não há uma decisão do Comitê Executivo da Fifa que estabeleça uma obrigação de pôr à disposição os jogadores de menos de 23 anos para esse torneio".

O Tribunal foi acionado por Werder Bremen, do brasileiro Diego, Schalke 04, do também brasileiro Rafinha, e Barcelona, do argentino Messi.

Blatter destacou que tentará convencer os três clubes a permitir a presença dos jogadores em Pequim: "Vou fazer todo o esforço possível para que compreendam tudo o que está em jogo. Não podemos deixar que estes jogadores voltem".

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, se somou a Blatter para tentar a liberação dos jogadores, mas destacou que "não pode comentar" a decisão, já que o próprio COI criou o Tribunal Arbitral do Esporte".

"Peço aos clubes envolvidos que liberem seus jogadores (...) Deixem que vivam seu sonho. Como diz Ronaldinho, é um sonho estar nos Jogos Olímpicos. Temos que deixar os jogadores realizar este sonho, como no basquete ou no tênis", disse Rogge, que pediu uma "'trégua olímpica' até o final dos Jogos".