Esportes Titulo Pequim
Técnico chinês ameaça suicídio se não obtiver bons resultados
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
31/07/2008 | 07:10
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A China não está disposta a organizar os Jogos Olímpicos de Pequim e fazer papel de coadjuvante. A meta é vencer em casa, custe o que custar. Os mais de 600 atletas que compõem a maior delegação do país em todos os tempos sabem da pressão das autoridades e encaram uma eventual derrota como profundo fracasso e humilhação.

Na quarta-feira, o treinador da seleção chinesa de ginástica artística, Huang Yubin, afirmou que se jogará de um prédio caso sua equipe não melhore o resultado que obteve em Atenas 2004, quando a China conquistou somente uma medalha de ouro e duas de bronze.

"Estou certo de que ganharemos mais de um ouro este ano. Se só conquistarmos um novamente, pularei do edifício mais alto", garantiu ao jornal China Daily.

A afirmação pode soar como simples desabafo ou força de expressão. Mas passa a ser encarada de forma diferente se associada às declarações do presidente chinês, Hu Jintao, que na última semana recepcionou seus atletas e disse que esperava "ansiosamente por boas notícias", além de pedir que os mesmos conquistem "resultados notáveis" durante os Jogos de Pequim.

Enquanto não chega a hora dos atletas entrarem em ação, a capital chinesa vive constante transformação. As praças olímpicas estão prontas e a cidade amanhece a cada dia com novidades, como grandes jardins, esculturas que remetem ao tema esportivo, além de muitos turistas e competidores estrangeiros.

Na quarta-feira foi realizado o quinto ensaio da cerimônia de abertura, o primeiro aberto ao público. A encenação foi marcada por dois contratempos. O primeiro deles, a forte chuva que caiu durante as apresentações obrigando os organizadores a suspender os trabalhos.

O segundo, foi gerado por uma TV coreana, que não respeitou o que estava combinado e colocou no ar as imagens do ensaio. Resultado: o que deveria ser uma surpresa acabou vazando para a internet e foi visto em todo o planeta.

A internet, por sinal, tornou-se motivo de reclamação para os centenas de jornalistas que já estão em Pequim. O governo chinês não cumpriu o combinado com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e manteve a censura a vários sites internacionais, entre eles o da Anistia Internacional, que na véspera denunciou a China por violar os direitos humanitários.

Os jornalistas reclamaram também de dificuldades de conexão. As autoridades alegaram problemas técnicos para os dois fatos, mas o COI, por meio de seu presidente, John Coates, afirmou que tomará medidas sérias e que a censura é "algo seguramente decepcionante."




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