Economia Titulo Correios
SP tem 17 milhões de cartas atrasadas
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
17/07/2008 | 07:10
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Mais de 125 milhões de correspondências ainda não chegaram às maos de seus destinatários por conta da greve, admitem os Correios. Desse montante, boa parte são contas que estão vencendo ou prestes a vencer.

A Fundação Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) orienta o consumidor, se a conta não chegar, a procurar a empresa para tentar outra alternativa de pagamento ou negociar nova data a fim de evitar encargos.

O consumidor não deve arcar com esse prejuízo. Mas o fato de não receber a conta não o exime de honrar esse compromisso. Imprimir boleto por meio da internet, solicitar segunda via por fax ou o código de barras pelo telefone, além de ir pessoalmente ao local indicado pela companhia são as opções. Se a empresa não oferecer outra possibilidade, a saída é reclamar junto a órgão de defesa do consumidor.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Diadema, não foi registrada nenhuma ocorrência no Procon após o início da greve. De acordo com a coordenadora do órgão, Jacelaine Peres, é necessário que o consumidor entre em contato com a empresa por fax, telefone ou pessoalmente solicitar outra forma de pagamento. "Em caso contrário, o consumidor não será isento de juros e multa, pois está ciente do valor em aberto. Caso não consiga por nenhum dos meios apontados, é necessário que vá ao Procon para conseguir um contato com a empresa para a quitação da dívida."

A fatura do cartão de crédito pode ser paga no banco de maneira avulsa - basta apresentar o cartão. Para serviços públicos (água, gás, luz, telefone), deve-se retirar segunda via e quitar em agência da fornecedora. Quanto a carnês de loja, pode-se dirigir-se a elas. Em todos os casos é recomendável guardar o comprovante de pagamento.

A greve dos funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) fez com que, até ontem, 17 milhões de correspondências na região metropolitana de São Paulo ficassem atrasadas. Foram postadas desde o dia 1º, início da paralisação, 360 milhões de correspondências em todo o País, das quais 65% foram entregues. Dos 8,7 milhões de encomendas, 95% chegaram à mão dos destinatários, segundo dados dos Correios.

Poucas pessoas passam por agência da ECT em Santo André

Cerca de 15 pessoas movimentavam a agência da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) da Praça IV Centenário, em Santo André, às 16h45 de ontem. A diarista Maria Barbosa tem três contas vencidas, e não sabe "muito bem o que fazer". Ela reconhece que greve é um direito do trabalhador, mas questiona se "não há outra forma de lutar sem que outras pessoas sejam prejudicadas".

A professora Elaine Castro tem recebido contas com atraso, "depois das datas de vencimento": "TV a cabo, internet, plano de saúde". Mas, precavida, procurou as empresas antes dos prazos de vencimento. "É uma situação incômoda", diz.

"Os carteiros, que geralmente são dedicados e simpáticos, fazem uma falta tremenda. Espero que voltem rapidamente porque apenas uma minoria da população tem acesso à internet, e isso complica a vida das pessoas", afirma Elaine. Quanto à paralisação, justifica: "todos devem lutar por seus direitos". "O que é o empresário sem os empregados?"

Já o professor Luiz de Souza não se atrapalhou com a greve. "Tenho o controle das minhas contas. Tirei segunda via pela internet, peguei o código de barras pelo telefone." Para ele, "Metrô e Correios são duas empresas ótimas, mas quando param dá um problema total. De todo modo, "como não há quebra-quebra nem xinga-xinga", ele considera a reivindicação dos funcionários dos Correios "justa".

O estoquista Fábio Lorenzeti trabalha em uma empresa de alimentação e foi à agência "buscar escoadores que vêm do Sul (do País) mas estão retidos". "Todos têm direito de reivindicar. Essa greve, porém, infelizmente atrapalha pessoas e empresas", afirma.




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