Cultura & Lazer Titulo FIP
Festival de Paranapiacaba se despede em clima calmo

Evento atraiu cerca de 110 mil pessoas até as 18h de domingo, contra as 97 mil registradas em 2007

Cristie Buchdid
Do Diário do Grande ABC
28/07/2008 | 07:05
Compartilhar notícia


O tempo ensolarado tornou ainda mais agradável o último fim de semana do 8º Festival de Inverno de Paranapiacaba. O evento atraiu cerca de 110 mil pessoas até as 18h de domingo. Em 2007, foram 97 mil. Os dois dias foram tranqüilos e sem tumulto nos shows principais, que não lotaram. A quantidade não exagerada de público foi elogiada."Hoje (sábado, dia de menor público, 13 mil) está gostoso. Dá para curtir sem atropelo. Na semana passada estava uma muvuca" disse o comerciante João Aiello.

Nos dois primeiros fins de semana, a concorrência foi maior por conta de famosos. Nem todos conseguiram ingresso. "Os shows não ficam apertados porque os lugares são limitados. Às vezes, as pessoas se antecipam muito para shows populares. Vamos rever a dinâmica para o ano que vem. Percebemos maior número de pessoas vindo de transporte coletivo por causa da lei seca", disse a subprefeita de Paranapiacaba, Vanessa Valente.

O primeiro grande show do domingo foi da Soundscape Big Band, no clube Lyra Serrano. O grupo é composto por 17 músicos que integram orquestras sinfônicas do País e acompanham grandes artistas. "A receptividade do público foi maravilhosa", disse o trompetista Júnior Galante, de São Bernardo.

Em seguida, a Irmandade do Blues recebeu como convidado o lendário guitarrista norte-americano Eddie C. Campbell. No domingo, após o fechamento da edição, ainda seriam apresentados dois shows considerados os destaques pelo coordenador artístico do festival, Vanderlei Lopes de Faria: Badi Assad e Scott Henderson.

SÁBADO - A cantora Fabiana Cozza contagiou a todos com seu samba no Viradouro. O espaço não estava cheio, mas foi a apresentação mais animada do dia. Ela misturou clássicos do samba com músicas do novo disco, Quando o Céu Clarear. O final tornou o show inesquecível. Fabiana desceu do palco, abriu uma roda em meio ao público e cantou e dançou ao som de É d'Oxum. "Tenho necessidade de descer para a platéia. É para agradecer", disse.

Outra apresentação memorável foi do Trio 202, de Nelson Ayres (piano), Ulisses Rocha (violão) e Toninho Ferragutti (acordeon). No início do show, o Lyra Serrano estava lotado. Mesmo tendo pego ingressos gratuitos, algumas pessoas saíram durante a apresentação. A organização permitiu que outros ocupassem os lugares. "Tem de se criar esse hábito (de ouvir música instrumental). Cerca de 10% do público (que saiu) não estava acostumado, mas quem ficou teve uma reação maravilhosa", disse Ferragutti. A belíssima apresentação do espetáculo Crendices. Quem disse?, da Cia. de Danças de Diadema com o grupo Pedra Branca tocando ao vivo foi bem concorrida. Muitos ficaram em pé e se sentaram no chão do Lyra Serrano.

O sábado foi encerrado pelo excêntrico cantor Otto, que reuniu público jovem e encheu o Viradouro. Na noite fria, jogou uma garrafa d'água na cabeça e tirou a camiseta. A cada nova frase desconexa que soltava, o público acompanhava gritando e dançando. "Quanto mais equilibrado você está na loucura, mas tempo tem para curti-la", disse. Nos bastidores, Otto falou sobre o repertório: "Trago todos os discos e vou colocar o novo (Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranqüilos, sem data de lançamento). Eu puxo umas mil músicas. Eu sou MPB, que eu amo. Sou balanço, sou suingueiro, sou brasileiro. Eu sou o caos."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;