O 1° DP (Distrito Policial) de São Bernardo apura denúncia de peculato - crime de servidor público - supostamente praticado por funcionários exonerados da Prefeitura que teriam roubado informações confidenciais (nome, endereço, telefone e e-mail) de munícipes com o intuito de realizar propaganda eleitoral contra o governo William Dib (PSB).

A denúncia partiu da assessora de imprensa do prefeito, Andréa Brock, que, no último dia 26, registrou BO (Boletim de Ocorrência) afirmando que cerca de 35 mil e-mails teriam sido copiados para encaminhar mensagens de cunho político, criticando, principalmente, o então pré-candidato tucano à sucessão, deputado estadual Orlando Morando.

"Os técnicos detectaram que o banco de dados provavelmente foi copiado do computador das funcionárias que realizavam o atendimento à população. Somente elas tinham acesso aos dados. Isso é crime, é roubo de patrimônio público e as providências serão tomadas", assegura Andréa.

A manobra foi descoberta após reclamação de um morador - cuja identidade será preservada - exigindo que o seu endereço eletrônico não fosse "usado para campanha política". Na mensagem enviada ao gabinete de Dib, o munícipe sugeriu a investigação dos responsáveis pelo "vazamento" do banco de dados.

Segundo o internauta, suas informações estariam cadastradas nas secretarias de Cultura e Desenvolvimento Social. Indignado ao receber notícias exaltando a imagem de um ex-aliado do grupo governista, o munícipe escreveu à Prefeitura: "É uma total falta de respeito com os eleitores que ficam no meio de desavenças pré-eleitoreiras. Imagino como será quando os candidatos já estiverem estabelecidos".

A assessora do prefeito afirma que as mesmas mensagens foram disparadas a 15 e-mails de testes, que faziam parte do mesmo cadastro, mas existiam apenas para detectar problemas na rede. "Com base nos indícios, pedimos o rastreamento do IP (identificação da rede e do microcomputador) para saber de onde as mensagens estão sendo enviadas."

Apuração - Até a conclusão do inquérito, o serviço de atendimento ao munícipe ficará parado, já que os computadores, dos quais os dados teriam sido copiados, estão sob investigação. "Nenhuma máquina será utilizada até que tudo seja resolvido", diz Andréa.

Concomitantemente à apuração, o prefeito tomou as precauções necessárias para evitar novos problemas e proibiu o uso dos computadores para fins particulares dentro do horário de expediente. A Prefeitura também abriu sindicância interna para apurar o caso.