Os 358 funcionários da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) decidiram na última quinta-feira, em assembléia, acatar a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e retornar ao trabalho após dois dias de paralisação na empresa.

Os trabalhadores ficarão em estado de greve até que saía o dissídio na Justiça. Por isso, a qualquer momento pode ser convocada uma assembléia para decidir se o movimento pela campanha salarial prossegue ou pára.

Segundo o diretor do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Roberto Alves Silveira, o impassse entre os funcionários e a autarquia está no índice de reajuste salarial. Apenas esta cláusula deve ser julgada pela Justiça do Trabalho.

A empresa oferece correção dos valores com base na inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), apurado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que acumula 4,51% até abril. E o sindicato prefere o ICV (Índice de Custo de Vida), medido pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que registrou 4,69%, como indicador para o aumento dos vencimentos, além de 7% a título de ganho real.

"A Saned quer pagar o índice mais baixo verificado entre maio de 2007 e abril deste ano. Eles afirmam que é uma medida adotada por ser ano eleitoral", comentou Silveira.

Os demais pontos, como vale-alimentação e plano de saúde, já foram acordados entre as partes.

A Saned confirmou, por meio de nota, que falta consenso entre as partes sobre a questão econômica e informou que durante a greve os serviços essenciais foram mantidos sem nenhum prejuízo à população de Diadema.