Economia Titulo Recursos
BNDES muda regras de financiamento
21/06/2008 | 07:18
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O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) quer melhorar o uso dos seus recursos, aumentar o número de operações de crédito e ampliar o acesso a seus financiamentos. Para isso, fará mudanças como combinar o uso da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) com outras formas de remuneração e diminuir limites máximos de sua participação em financiamentos de diversos tipos de projetos. O banco de fomento está na fase de transição para as mudanças que entram em vigor no próximo dia 1º, informou o diretor de Planejamento da instituição, João Carlos Ferraz.

Operações que eram baseadas 100% na TJLP terão essa participação diminuída para até 70% do valor total do empréstimo, em alguns casos. "Qualquer economia que se faça com TJLP pode ser usada em projetos prioritários, de infra-estrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", disse. Os outros até 30% da forma de remuneração dependem do perfil da empresa tomadora. Se for uma exportadora, por exemplo, os recursos podem variar de acordo com uma cesta de moedas estrangeiras. Para as companhias que não possuem proteção contra as variações do câmbio, a idéia é que sejam remunerados com base na inflação.

Ferraz ressaltou que as medidas estão sendo tomadas em um contexto em que o orçamento do banco está crescendo de R$ 65 bilhões no ano passado para R$ 80 bilhões em 2008, com a demanda pelo apoio da instituição para investimentos aumentando em ritmo muito maior. As aprovações de empréstimos do BNDES acumuladas nos últimos 12 meses até abril somam R$ 109,676 bilhões.

Segundo ele, a demanda pelos recursos do BNDES deve continuar crescendo acima da oferta "enquanto não houver uma convergência entre a Selic (em 12,25%) e a TJLP (em 6,25%)". Ele também afirmou que a redução dos limites máximos do que o BNDES se dispõe a financiar em diversos tipos de projetos é para otimizar o uso dos recursos do banco.

O BNDES vai deixar de financiar 100% das compras e investimentos referentes a máquinas e equipamentos e limitar isso a 80%, desde que a operação não se enquadre nas prioridades. O diretor ressaltou que não há mudanças de participação para as prioridades do banco: projetos do PAC, energia, inovação, desenvolvimento do Norte e do Nordeste e micro e pequenas empresas.

Assim, a compra de bens de capital para micro e pequenas empresas, para o Norte e o Nordeste, com estas características pode continuar com financiamento do banco com valor integral.

Apesar de uma das prioridades ser energia, os diversos limites possíveis de apoio para o setor foram unificados e, com isso, houve reduções dos percentuais que o BNDES aceita financiar: na geração de energia, de 85% para 80%; na transmissão, de 80% para 70%, e para os projetos de etanol, como para todo o setor agropecuário, de 80% para 60%.

As alterações, segundo o diretor do banco, foram estudadas com a condição prévia de não provocar redução de investimentos e estão baseadas em um trabalho de consultas a empresas desde o fim do ano passado.

Ferraz frisou ainda que as medidas estão combinadas a outras já anunciadas no lançamento do PDP (Programa de Desenvolvimento Produtivo).




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