Recentemente, a área onde está localizado o Cemitério Santo André foi alvo de discussão na Câmara Municipal em função de um projeto de autoria do Executivo, por meio do qual a administração tornava o terreno - entre outros de uma extensa lista - Zeis (Zona de Especial Interesse Social).

A classificação restringe investimentos nestes locais, uma vez que libera apenas a construção de casas populares nos espaços que contenham esse zoneamento. O que, na avaliação de alguns vereadores - e na do próprio proprietário do Cemitério Santo André - inviabiliza o desenvolvimento da cidade, uma vez que espanta grandes empreendedores a investir nestas localidades.

Entre o final de março e início de abril, o presidente da Câmara, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), apresentou emendas ao projeto, por meio das quais tentava evitar com que algumas áreas - entre elas, a do cemitério - se tornassem Zeis.

A idéia de Montorinho não foi aceita, inclusive, pelo então líder da bancada petista, Jurandir Gallo. Segundo ele, não havia sentido a iniciativa.

Nem o fato de Montorinho ter revisto alguns terrenos e diminuído os alvos de reivindicação adiantou. A situação criou impasse no Legislativo, levando os petistas a se acusarem publicamente. Sem consenso, o projeto vem sendo sistematicamente adiado desde então.

Na semana passada, Montorinho confirmou ter retirado as emendas. Na prática, porém, especula-se que elas continuam na pauta de discussão do Executivo. Gallo acredita que algumas emendas podem ser reapresentadas a qualquer momento antes da votação do projeto de ampliação das Zeis.

O fato é que a indefinição acerca do assunto está emperrando uma solução para a área do Cemitério Santo André. Ventila-se que a Cyrella (a informação não foi confirmada pela assessoria da empresa) teria desistido, no final do mês passado, de construir 1.700 apartamentos de médio padrão no terreno, ao lado do cemitério, em uma negociação na qual assumiria o pagamento do IPTU do terreno.