O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), disse não se importar com a conotação eleitoral do evento de terça-feira, com a presença do presidente Lula. “Qual é o problema em ser eleitoral? Tem alguma coisa que proíbe? Cada um pensa do jeito que quiser”, respondeu o petista. “Isso sempre é especulado em ano eleitoral. Faz parte do jogo”, disse Avamileno.

Ele ainda falou: “Vou inaugurar muitas obras neste ano e meus adversários estão reclamando por se tratar de um ano eleitoral. Meu mandato é de 1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008. Nesse período, posso entregar qualquer obra. E se o presidente aceitou convite de outras pessoas que ele não tem essa proximidade, por que não aceitar um convite de Santo André?”.

O prefeito admitiu que a presença de Lula dá mais visibilidade à obra no município. “Ele faz questão de estar presente porque chama mais a atenção para uma obra do PAC. Se inaugura só comigo, talvez não tenha a mesma visibilidade.”

Sobre o fato de a ‘entrega simbólica’ das chaves ser, na prática, um ato político, o chefe do Executivo de Santo André respondeu: “Tudo é político. Todo mundo faz a sua política”.
Mesmo assim, Avamileno tentou, depois, desvincular a visita de Lula à eleição municipal de outubro. “Ele está presente em todo o Brasil. Esta é a primeira obra do Grande ABC entregue com recursos do PAC. E foi aqui na região que ele construiu sua trajetória e onde ele mora. E sobre o Quarteirão da Saúde, também é natural que ele venha, já que os recursos também são da União.”

Avamileno também minimizou o fato de as casas – que têm 26 m² – serem entregues incompletas. “Depois de terça-feira, vamos ter prazo de 30 dias para as famílias se acomodarem. Dentro desse período, elas já terão água, luz e esgoto.” O morador terá a opção de ampliar o imóvel, para cima, por conta própria.

O presidente participará da entrega das primeiras 243 casas do Conjunto Habitacional Alzira Franco 2. Na terça-feira, Avamileno também assinará a ordem de serviço para o início das obras da próxima fase das residências.

No total, serão 890 unidades no local – entre casas e apartamentos –, que custarão R$ 31 milhões dos cofres públicos federais. A Prefeitura de Santo André entrará com R$ 6 milhões como contrapartida.