Economia Titulo Varejo
Inflação no varejo ainda tem variação moderada

A inflação no varejo medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) recuou para 0,70% na segunda prévia de maio

Lucy Cárdia
Do Diário do Grande ABC
17/05/2008 | 07:02
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A inflação no varejo medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) recuou para 0,70% na segunda prévia de maio (preços coletados até quinta, dia 15), após registrar alta de 0,83% na semana anterior (até 7 de maio). A informação é da FGV (Fundação Getúlio Vargas) - foi a menor taxa do IPC-S desde a primeira semana de abril, quando o índice subiu 0,64%.

Esse resultado pode parecer contraditório frente à repercussão do IGP-10 (Índice Geral de Preços-10), de 1,52%, divulgado na quinta-feira. Mas não é. O IPC-S capta as variações que os preços tiveram no varejo, enquanto o IGP-10 pesquisa os preços que estão no atacado e que só vão chegar ao bolso do consumidor em algumas semanas. Isso significa que não adianta avaliar o IPC-S, sem olhar também - e principalmente - para o que está acontecendo 'atrás das prateleiras dos supermercados'.

Segundo a FGV, a desaceleração é resultado, entre outros, da retração nos preços dos alimentos 'in natura', como frutas e hortaliças e legumes. No entanto, é um recuo frágil, já que na primeira geada de inverno os preços sobem. Sem contar que o IGP-10 contou com vilões bem mais consistentes, como a alta do diesel e dos minérios de ferro, para sinalizar a elevação dos produtos manufaturados.

Alta no custo de vida já reduz consumo, diz pesquisa

A alta dos preços nos últimos meses, principalmente dos alimentos, pesaram no bolso do consumidor e levaram a uma redução do consumo nos lares brasileiros. O volume de compras para abastecimento domiciliar, de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza no primeiro trimestre de 2008 caiu 4% em relação aos três últimos meses de 2007, revela uma pesquisa da LatinPanel.

A retração do consumo foi puxada pelos alimentos, com queda de 6% no mesmo período de comparação. Bebidas tiveram redução de 3%, os produtos de higiene pessoal 2% e os de limpeza permaneceram estáveis.

Na comparação do primeiro trimestre de 2008 com o acumulado de janeiro a março de 2007 a queda é pequena, em torno de 1%. "é quase uma estabilidade. O que chama a atenção é a desaceleração quando se compara o primeiro trimestre com o último de 2007", diz a gerente de atendimento e responsável pela pesquisa da Latin Panel, Maria Andréa Ferreira Murat.

A pesquisa abrange 75 categorias de produtos é feita regularmente em cidades acima de 10 mil habitantes, numa amostra que representa 81% dos lares brasileiros.

As classes C, D e E foram as que mais reduziram o consumo no início do ano.

A compra de alimentos na baixa renda teve queda de 7% em relação ao último trimestre de 2007. O consumo de bebidas na classe C caiu 5% e o de produtos de higiene, 4%. Mesmo as camadas de maior poder aquisitivo sentiram os efeitos da inflação. Nas classes A/B a compra de alimentos caiu 5% no primeiro trimestre de 2008 na comparação com os três últimos meses de 2007. Na média a queda foi de 2%. Na classe C, no mesmo período, a redução média de consumo foi de 5% e na classe D/E a queda foi de 4%.




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