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Popular de raiz

Quarto disco de Bena Lobo, filho de Edu Lobo, 'Valentia'
tem flerte com regionalismo sem perder o caráter pop

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
13/02/2013 | 07:25
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Em prosa ou melodia, um gostinho de Nordeste é quase onipresente em 'Valentia' (Biscoito Fino, preço médio R$ 30), quarto disco do cantor e compositor carioca Bena Lobo.

Ao lado de Daniel Gonzaga - neto de Gonzagão e filho de Gonzaguinha -, com quem montou os arranjos e fez a produção do álbum, Bena Lobo, que também vem de linhagem real da MPB (é filho de Edu Lobo), revisitou as raízes nordestinas a fundo. "Tudo foi muito natural, essa pegada veio com as músicas que eu vinha compondo. Quando vimos que o painel tinha a ver tanto comigo quanto com o Daniel, com a nossa história, nossa verdade, de onde a gente veio, foi muito bonito. Então criamos o conceito do que é o disco, moderno, mas focado na tradição", revela ele, que aos poucos foi entendendo o poder desse legado.

"Quando parti para esse lado, percebi que o tinha e não sabia. Eu nunca fui muito para o Nordeste, não fui de vivenciar essa cultura. Mas é algo de sangue, que veio geneticamente", completa ele, que, vale lembrar, é neto do compositor recifense Fernando Lobo.

Desde 'Baião Valente', com programações eletrônicas e verve roqueira, passando pela toada-baião 'Velho Lua', em homenagem a Gonzagão, e chegando ao samba rock 'Osso Duro', o disco, em dez composições, faz viagem mais longeva do que regionalista. O Nordeste é tempero de uma receita carregada de ingredientes diversos. Um pouco fruto do ensejo do artista de sua missão e da colaboração de Daniel.

"Procuro tocar o trabalho seguindo a tradição, mas vejo na minha missão como compositor, cantor, o trabalho de tocar essa bola usando do meu tempo, das ferramentas que tenho disponíveis hoje. É o trabalho de conseguir reduzir essa turma toda de influências para uma pessoa só", pensa.

Outro detalhe importante do disco diz respeito às composições. Elas têm poder de cancioneiro antigo, e aquele sabor especial do proseador que fala de sentimentos de maneira natural, comparando a natureza, seus estados e personagens, a sentimentos que estão guardados no peito.

Bena assina todas as faixas, duas em parceria com o mestre Paulo César Pinheiro e outra com Edu Krieger.

"O título do disco resume muito o que tem nas letras. É um trabalho que fala de amor, desde o cara que vai até o fim do mundo, cruza o mar mais bravo para viver seu amor valente, até o romance apaixonado, de completude, de 'Paixão Nordestina'", diz Bena, que já tem um punhado de canções para um próximo álbum. "Talvez eu parta para algo mais pop, mas às vezes penso em fazer disco só com violão, mais clássico."




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