O volume de produção industrial teve sua sétima alta trimestral consecutiva e o uso de capacidade instalada apresentou uma redução de 5% no período de janeiro a março na comparação com o último trimestre de 2007. É o que aponta a pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A queda de 80% para 75% na utilização é, segundo a entidade, resultado dos investimentos realizados na área produtiva das empresas a partir de 2006.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2007, houve aumento de dois pontos percentuais na utilização da capacidade instalada. O índice, para entidade, reflete o dinamismo da economia no início do ano, quando historicamente há uma queda na produção.

Para o gerente de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, a previsão de aumento da taxa básica de juros até o fim do ano pode reduzir os esforços da indústria na ampliação da capacidade de produção. "Os investimentos realizados em 2006 e 2007 já estão em fase de maturação, ou seja, estão suprindo o aumento da demanda. O risco é que se os juros continuarem subindo, poderá haver uma redução dos investimentos já que eles ficam mais caros."

A produção nacional teve uma média de 52,2 pontos no trimestre. Na metodologia do CNI, isso representa crescimento - a pontuação varia de zero a 100, sendo que 50 significa estabilidade; abaixo disso é queda e acima disso, aumento.

O índice foi puxado pelos setores automotivo com 64,8 pontos, limpeza e perfumaria (61,5) e material eletrônico e de comunicação (60,2). Os piores índices ficaram com os segmentos de álcool (37,5) , calçados (38,8) e madeira (38,8).

Para o coordenador do Observatório Econômico de Santo André, Antônio Carlos Schifino, o aumento da demanda não está produzindo um gargalo na produção por causa dos investimentos. "A tendência é que a demanda e a produção continuem nos padrões atuais, isso se a política de juros se mantiver estável", comentou.