Política Titulo Limites
Ana Luiza admite racha da esquerda

Postulante ao Senado pelo PSTU descarta desistência de possível parceria política no futuro, mas reconhece: ‘Não somos perfeitos’

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/09/2014 | 07:35
Compartilhar notícia


A candidata do PSTU ao Senado, Ana Luiza, admitiu que há fissura na esquerda do País que dificulta a ascensão ao poder. “É complicado. Não somos perfeitos”. Em entrevista ao Diário, a socialista sinalizou que existe “limites impostos” pelos partidos que afastam eventual parceria. “Peso de cada corrente (política) que apresenta questão programática influencia na hora de fechar a união. É importante unir, mas é preciso ter base para unir”, afirmou, descartando desistir de acordo futuro.

Ana Luiza declarou que a legenda “sempre se esforça” na tentativa de aliança eleitoral em torno de projetos em comum, só que as conversas esbarram no programa partidário. “Os limites que colocam são de propostas, essas que derrotaram o PT como sigla de esquerda. É necessário ter base”. No rol de discussão estão Psol, PCB e PCO. Nesta eleição, o PSTU firmou adesão com o Psol, formando coligação Frente de Esquerda. “Foi um sucesso em São Paulo. Isso não é pequeno”, completou ela. A aliança lançou o nome de Gilberto Maringoni (Psol) ao governo do Estado.

Servidora pública federal, a socialista aparece com 2% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, na quarta posição, empatada numericamente com a candidata do PTB, Marlene Campos Machado. A disputa pela vaga única ao Senado está polarizada entre o atual detentor da cadeira, Eduardo Suplicy (PT), pleiteante do PT, com 31%, e o ex-governador José Serra, do PSDB, com 34%. O ex-prefeito da Capital Gilberto Kassab (PSD) aparece logo em seguida na lista, com 9% da preferência eleitoral.

A postulante defendeu, se eleita, lutar pela reestatização da Petrobras, transformando novamente a empresa em 100% estatal, “com a participação direta dos trabalhadores na direção”. Atualmente, boa parte das ações está nas mãos das transnacionais do setor. “Hoje mais de 50% do capital é negociado na Bolsa (de Valores). Deixou de ser patrimônio totalmente brasileiro e ficou sob comando de partidos, às voltas com corrupção. Mudança no quadro contribuiria para acabar com roubos em sua administração.”

Outra bandeira de Ana Luiza é elaborar proposta para inverter prioridades do Orçamento da União. Segundo a socialista, 40% da peça são destinados para pagamento de dívida pública federal. “Auditorias apontam que o valor deste débito, que gira em torno de R$ 2 trilhões, já foi repassado. Isso corrói os cofres em detrimento de novos investimentos”, alegou, ao salientar que a ideia era reverter o gasto para Habitação, Educação e Saúde, minimizando os problemas nas áreas.

PASSADO
A socialista já foi candidata em outras três oportunidades (2006, 2010 e 2012). No último pleito, a gaúcha, radicada em São Paulo, concorreu ao cargo de prefeita da Capital. Obteve 12.823 votos, ficando na nona colocação.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;